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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Real Madrid promete apoio a Vini Jr., mas vai dificultar saída da Espanha

Colunista do UOL

22/05/2023 15h35

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O Real Madrid prometeu se engajar publicamente e ajudar Vinícius Júnior na sua batalha contra o racismo no futebol espanhol. Mas, apesar das juras de apoio irrestrito feita pelo presidente Florentino Pérez, o clube não ficará ao lado do jogador em toda e qualquer circunstância.

O "Blog do Rafael Reis" apurou com pessoas ligadas ao Santiago Bernabéu que, caso o atacante brasileiro decida ir embora da Espanha devido à sequência de ataques racistas que têm recebido no país (especialmente de torcidas adversárias), ele não terá apoio do seu atual empregador.

Muito pelo contrário. O Real não apenas se negará a facilitar a saída do jogador para algum clube de outro país, como também fará todo o possível para que essa transferência jamais seja concluída.

A avaliação em Madri é que Vini Jr. é figura essencial para que a equipe merengue continue figurando na prateleira de cima do futebol europeu. E que, por isso, não será possível liberá-lo, mesmo que essa seja sua vontade.

O Real se sente seguro nessa decisão porque o contrato do brasileiro vai até 2027. Ou seja, pelas próximas quatro temporadas, não existe nenhum risco de o atacante ir embora gratuitamente.

Além disso, sua multa rescisória é uma das maiores do futebol mundial e está na casa de 1 bilhão de euros (quase R$ 5,4 bilhões). Na prática, trata-se de um valor impagável.

Por isso, qualquer clube que quiser aproveitar o conflito entre Vini e a Espanha para contratar o atacante terá necessariamente de sentar para conversar com o Real. E dele ouvirá que não há interesse em abrir uma negociação.

O sinal de alerta de que o brasileiro pode pedir para ir embora do Real foi ligado ontem. Após ser chamado de macaco por milhares de torcedores do Valencia, o camisa 20 emitiu uma nota em que se disse "forte para lutar até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui".

O tom da declaração do brasileiro mexeu com a diretoria merengue. Um dia após os ataques em Mestalla, o presidente do clube merengue teve uma reunião com Vini e prometeu ir "até as últimas consequências" em sua defesa.

A principal reclamação do astro é que com uma suposta omissão da La Liga, entidade que organiza o Campeonato Espanhol, em punir quem pratica ofensas raciais nos estádios. Pelas redes sociais, o atacante vem discutindo há meses com o presidente do órgão, Javier Tebas.

Revelado nas categorias de base do Flamengo, Vini está no Real desde 2018 e já soma 59 gols e 64 assistências em 224 partidas oficiais com o tradicionalíssimo uniforme branco.

Na atual temporada, ele é o vice-artilheiro do time (23 gols, contra 29 de Karim Benzema) e o jogador que mais participou ativamente de jogadas que terminaram com a bolas nas redes adversárias (44, já que distribuiu também 21 assistências).

Terceiro colocado no Espanhol, com 71 pontos, 14 a menos que o campeão, Barcelona, o Real tem só mais dois jogos pela frente até o encerramento da temporada. Neste sábado, visita o Sevilla. E, no domingo seguinte, recebe o Athletic Bilbao.