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Rafael Reis

REPORTAGEM

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River já transforma Gallardo em passado e se reconstrói em 4 meses

Colunista do UOL

02/05/2023 04h00

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Treze vitórias em 17 jogos, média de quase dois gols por partida e liderança com seis pontos de vantagem no Campeonato Argentino. O saldo do River Plate em 2023 nem parece ser o de um time que acabou de passar por uma grande revolução.

O adversário do Fluminense pela terceira rodada do Grupo D da Copa Libertadores da América, às 21h de hoje (de Brasília), no Maracanã, não sentiu o baque do fim do vitorioso ciclo de oito anos e meio de Marcelo Gallardo à frente do clube.

Contra todos os prognósticos, que apostavam em um período de indefinições e resultados abaixo do esperado (como aconteceu no Manchester United pós-Alex Ferguson e no Arsenal pós-Arsène Wenger, por exemplo), a equipe de Buenos Aires tratou rapidamente de encontrar um caminho para se manter no topo.

Méritos do ex-zagueiro Martín Demichelis, que assumiu oficialmente o cargo no dia 1º de janeiro. Em seu primeiro trabalho à frente de um elenco principal (já havia dirigido as equipes sub-19 e B do Bayern de Munique), ele já largou vencendo muito mais do que empatando ou perdendo.

O novo técnico do River mudou um pouco a estrutura do time e resgatou o esquema com três atacantes. Também deu mais liberdade para o ponta-esquerda Esequiel Barco, contratado no começo do último ano da gestão Gallardo, assumir o protagonismo.

O camisa 21 é hoje a principal peça ofensiva dos "Millonarios" e já soma nove participações em gol na temporada (seis marcados por ele mesmo e três nascidos das suas assistências). O segundo homem mais efetivo é o centroavante Lucas Beltrán, que barrou Miguel Borja e já anotou oito bolas nas redes e um passe preciso em 2023.

Adversário do River nesta noite, o Fluminense é um dos cinco times que passaram com 100% de aproveitamento pelas duas primeiras rodadas da Libertadores. Além dos comandados de Fernando Diniz, Racing, Nacional-URU, Argentinos Juniors e Atlético Nacional também somam seis pontos.

No momento, o tricolor das Laranjeiras é o único brasileiro na liderança de sua chave. Flamengo, Internacional, Corinthians e Athletico-PR também estão na zona de classificação para as oitavas de final, mas ocupam a segunda colocação dos seus grupos. Já Palmeiras e Atlético-MG estariam eliminados se a etapa classificatória terminasse agora.

Com os títulos de Flamengo (2019 e 2022) e Palmeiras (2020 e 2021), a Libertadores vive atualmente a maior hegemonia já construída pelo futebol brasileiro na história da competição, igualando série de 2010 a 2013. A Argentina também já chegou a emendar quatro títulos consecutivos, entre 1967 e 1970 e também de 1972 a 1975.

A terra de Alfredo do Stéfano, Diego Maradona e Lionel Messi continua sendo a maior vencedora do torneio número um do futebol sul-americano. São 25 taças levantadas por clubes do país tricampeão mundial, contra 22 dos seus vizinhos que têm mandado nas edições mais recentes do torneio.

Neste ano, a Libertadores continuará adotando o modelo de decisão em jogo único e com sede pré-definida. A decisão está marcada para o dia 4 de novembro e será jogada no estádio do Maracanã, que já havia sido palco da final de 2020.

Libertadores - brasileiros na 3ª rodada

Hoje, às 21h - Fluminense x River Plate, no Rio de Janeiro (RJ)
Hoje, às 21h - Corinthians x Independiente del Valle, em São Paulo (SP)
Amanhã, às 19h - Internacional x Nacional-URU, em Porto Alegre (RS)
Amanhã, às 21h30 - Barcelona x Palmeiras, em Guayaquil (EQU)
Amanhã, às 21h30 - Atlético-MG x Alianza Lima, em Belo Horizonte (MG)
Quinta-feira, às 19h - Racing x Flamengo, em Buenos Aires (ARG)
Quinta-feira, às 21h - Libertad x Athletico-PR, em Assunção (PAR)