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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Quem é a treinadora que faz história no comando de uma seleção masculina?

Ana Galindo é a técnica da seleção sub-17 masculina do México - Divulgação
Ana Galindo é a técnica da seleção sub-17 masculina do México Imagem: Divulgação

10/06/2022 04h00

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Como pontapé inicial nos preparativos para a disputa do Mundial sub-17 de 2023, a seleção mexicana da categoria está realizando nesta semana uma série de amistosos na Ásia. A novidade é que, desta vez, os garotos aztecas não estão sob comando de nenhum treinador homem.

A responsável por dirigir a equipe juvenil do México nos jogos contra Uruguai, República Tcheca e Japão é uma mulher: Ana Galindo.

Aos 37 anos e com apenas cinco temporadas de carreira, ela se transformou na primeira treinadora a dirigir uma seleção masculina (adulta ou de base) de algum país minimamente relevante no cenário internacional.

Galindo ainda não é a dona do cargo. Ela só o ocupou provisoriamente nesta Data Fifa porque o técnico titular do time sub-17, Raúl Chabrand, também dirige a equipe sub-20 do México, que está disputando o tradicional Torneio de Toulon.

No entanto, dependendo do desempenho nesses amistosos (já venceu o primeiro, 2 a 0 sobre o Uruguai) e da aceitação dos jogadores, essa situação pode mudar e cada seleção passar a ter o seu treinador(a) próprio(a).

A técnica que está fazendo história no México estreou nos bancos de reservas em 2017, como auxiliar da equipe feminina do América (MEX). Dois anos depois, foi contratada pela federação para trabalhar nas seleções menores para mulheres.

Como treinadora principal, ela já dirigiu as equipes mexicanas femininas sub-15 e sub-17. Também tem feito parte, como auxiliar, da comissão de Chabrand na seleção sub-20 masculina.

Apesar do crescimento da participação feminina no futebol, ainda são raros os casos de técnicas mulheres trabalhando em equipes e competições para homem.

Talvez o exemplo mais famoso seja o da francesa Corinne Diacre, que comandou o Clermont durante três anos (entre 2014 e 2017) na segunda divisão da terra de Kylian Mbappé e Karim Benzema.

Outro caso conhecido aconteceu em Hong Kong. Em 2016, o Eastern Sports Club se sagrou campeão nacional com uma mulher, em sua primeira experiência como treinadora, liderando seu banco de reservas. Após a conquista, Chan Yuen Ting ainda trabalhou no futebol masculino por mais três anos antes de ir para a versão feminina da modalidade.

O México já venceu duas edições do Mundial sub-17 (2005 e 2011) e está atrás apenas dos tetracampeões Brasil e Nigéria no ranking dos maiores campeões da história da competição para adolescentes.

A próxima edição do torneio será disputada no ano que vem, no Peru. Originalmente, o país sul-americano seria sede do campeonato previsto para 2021, que acabou não acontecendo por conta da pandemia da covid-19.

A geração sub-17 do Brasil que tentará defender o título conquistado em casa, três anos atrás, tem como principal expoente o atacante Endrick, destaque da inédita conquista do Palmeiras na última Copa São Paulo de juniores. Em abril, a equipe canarinho com garotos nascidos a partir de 2006 ganhou o Torneio de Montaigu, na França.