Topo

Perrone

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Perrone: Corinthians derrete no segundo tempo. E isso é grave

Cássio comemora pênalti defendido na partida entre Corinthians e Guarani, pelo Paulistão - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Cássio comemora pênalti defendido na partida entre Corinthians e Guarani, pelo Paulistão Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

25/03/2022 09h20

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Entre outros problemas, a classificação do Corinthians nos pênaltis contra o Guarani, após empate em um gol nesta quinta (24), reforçou como a equipe recheada de veteranos cai de rendimento no segundo tempo.

De acordo com o site Footstats, o Alvinegro fez 11 finalizações e acertou 7 na primeira etapa. Na segunda, foram duas finalizações, ambas erradas.

O número de cruzamentos caiu de 17 (4 certos) na etapa inicial para dez (9 errados) na final.

Nos jogos contra o Novorizontino, com reservas começando a partida, e Ponte Preta, as estatísticas também mostram essa queda.

Em Novo Horizonte, no triunfo por 1 a 0, o Alvinegro foi de sete finalizações no primeiro tempo para duas após o intervalo.

Na goleada por 5 a 0 contra a Ponte, a quantidade de conclusões caiu de 13 para sete entre uma etapa e outra.

Independentemente das estatísticas, a maneira como o Corinthians se dissolveu na etapa final contra o Bugre foi alarmante. Os comandados de VP perderam a capacidade de construção de jogadas e de organização defensiva.

O que torna o fato mais preocupante para o corintiano é que o Corinthians jogou numa quinta e entra em campo no domingo pela semifinal do Paulista contra um adversário, o São Paulo, que atuou pela última vez na terça. O tempo de descanso do Alvinegro será significativamente menor.

A gravidade do problema crônico aumenta quando lembramos que em breve o Corinthians acumulará jogos pelo Brasileirão e pela Libertadores. Hoje, o time só disputa o estadual.

Não é fácil minimizar o desgaste físico num elenco com tantos veteranos, como Fábio Santos, 36, Renato Augusto, 34, Willian, 33, Paulinho, 33, Jô, 35, Júnior Moraes, que completa 35 em abril, e Gil, 34.

Recentemente, com a chegada da comissão técnica de Vítor Pereira, o Corinthians demitiu o preparador físico Flávio de Oliveira. O português Antônio Ascenção assumiu o posto.

Mas será que o problema é o preparador físico? Na opinião deste colunista, a mudança pode até melhorar o rendimento físico do time. Mas há uma falha estrutural. Por erro no planejamento existe um desequilíbrio entre jovens e veteranos no time titular. Os mais experientes, na maioria dos casos, são melhores tecnicamente. Ou seja, só trocá-los por mais jovens pode dar mais gás ao time, mas derrubar o nível técnico. VP está diante de uma sinuca que pode fazer ruir a temporada corintiana.