Sentimento no Corinthians é de vergonha por briga em público entre cartolas
O Corinthians vive um dos conflitos públicos envolvendo cartolas do clube mais intensos de sua história com a briga protagonizada por Rubens Gomes e Augusto Melo.
Entre ao menos parte dos conselheiros alvinegros, o sentimento não é só de preocupação, mas também de vergonha.
A avaliação é de que é vergonhoso para o clube ser exposto dessa forma, com um dirigente acusando o outro de uma série de erros.
Outro raciocínio é o de que os podres de cada um levados a público revelam que o Corinthians tem sido mal administrado pela atual diretoria até aqui.
Há quem fale que o Alvinegro está passando vergonha diante de seus principais rivais por causa da incapacidade dos dois cartolas de resolverem suas diferenças internamente.
A situação espanta até pelo menos um personagem que não acreditava na capacidade de Augusto de fazer uma boa gestão: Antonio Roque Citadini.
O conselheiro vitalício, que chegou a comandar o futebol alvinegro enquanto Alberto Dualib era presidente, rompeu com seu grupo político por não topar apoiar Augusto na eleição de novembro do ano passado.
Na ocasião, para explicar a seus colegas porque não apoiaria Augusto, ele disse: "eu conheço suficientemente o clube para dizer que uma situação que está ruim pode ficar pior do que ruim, que está".
"A declaração que dei foi porque eu conhecia o Augusto. Mas, até eu estou surpreso porque está pior do que qualquer um poderia imaginar, inclusive eu", disse Citadini à coluna.
Ele foi candidato à presidência do Corinthians em 2018 com Augusto como um dos vices em sua chapa.
Guerra
Além da vergonha pela situação enfrentada pela agremiação, existe a preocupação de membros do Conselho Deliberativo com os estragos que a troca de golpes entre Augusto e Rubão ainda pode causar à instituição.
Após um período de guerra fria, a situação se agravou depois de Rubão, ser desligado da diretoria de futebol.
O ex-dirigente foi ao programa "Mesa Redonda", da TV Gazeta, e expôs seu descontentamento com o presidente.
Sua principal crítica é pelo fato de Augusto topar pagar comissão de R$ 25,2 milhões para a empresa Rede Social Media Design por internediação do contrato de patrocínio com a VaideBet.
Alex Cassundé, sócio-administrador da intermediária, participou da campanha de Augusto, prestando serviços na área digital.
O presidente contra-atacou em entrevista ao Canal do Benja nesta sexta (10). O cartola afirmou que Rubão fez lambanças no departamento de futebol. Entre outras afirmações, o dirigente disse que o ex-diretor "pegava 60 ingressos [sem pagar] por jogo".
Rubão respondeu com um vídeo no Instagram falando em esclarecer inverdades que teriam sido ditas pelo ex-presidente.
O ex-diretor disse que nunca recebeu ingresssos. Segundo ele, 40 entradas por partida eram destinadas ao departamento de futebol. Ainda de acordo com Rubão, os bilhetes eram usados para atender jogadores, autoridades, artistas e convidados de adversários. Ele afirmou que a maioria das entradas acabava sendo devolvida.
Oposição
Enquanto Augusto e o principal articulador de sua campanha duelam diante das câmeras, a oposição, agora liderada por Andrés Sanchez, tem atuação mais discreta.
Articulados, os opositores se concentram em pedir explicações para Augusto, principalmente sobre a negociação com a VaideBet, no Conselho Deliberativo.
O trabalho de minar a gestão perante o grande público, até aqui tem sido feito para eles pelos protagonistas da briga.
Reportagem
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