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O que esperar da volta do Paulistão com maratona de jogos?
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Prepare-se. O Paulistão recomeça neste sábado (10) com uma perspectiva nada animadora para você, torcedor. O calendário estrangulado ameaça desafiar a sua paciência durante o restante da competição com times cansados, jogadores poupados para evitar lesões, equipes sem entrosamento e reservas com nível inferior em relação aos titulares.
Este blogueiro é pessimista demais? Pode ser, mas há péssimos sinais na volta do Estadual, parado desde o dia 16 de março.
Firme no propósito de encerar a disputa na data prevista (23 de maio), a Federação Paulista de Futebol elaborou a nova tabela com uma rotina predadora do preparo físico e, consequentemente, do bom futebol.
O São Paulo é um bom exemplo da rotina torturante a que os clubes aceitaram se submeter. Pelo Paulistão, o time do Morumbi joga neste sábado e depois tem compromissos segunda, quarta e sexta (clássico com o Palmeiras). Serão quatro jogos em sete dias.
Já o Corinthians se apresentará pelo Paulistão domingo, terça e sexta. Fará três partidas em seis dias.
Enquanto negociava a volta do campeonato, a FPF explicou aos clubes que essa rotina massacrante seria necessária e recebeu o aval deles.
Na ocasião, a conversa foi de que ninguém colocaria o mesmo jogador pra atuar dia sim, dia não. Bom para a saúde dos atletas. Mas, para o nível do campeonato, nenhuma solução é boa diante de uma maratona dessas.
Colocar os mesmos jogadores para atuar seguidamente significaria entregar ao consumidor partidas com times cansados, além dos riscos de lesões.
Por sua vez, o rodízio representa, em muitos casos, equipes sem entrosamento e de nível distante da equipe titular.
O Palmeiras é um exemplar raro no futebol brasileiro. Tem capacidade para rodar atletas sem ver a qualidade desabar.
Agora pense no Corinthians, que precisou dos pênaltis para eliminar o Retrô na Copa do Brasil. Mesmo que você seja corintiano, acha que será agradável ver Mancini comandando reservas ou uma equipe desgastada no Paulistão?
E o Santos? Punido pela Fifa, o alvinegro da Vila Belmiro não pode registrar novos jogadores para encorpar seu elenco. Vai ter que atravessar essa maratona com o que tem.
Mas, por que mesmo os clubes assumiram todo esse risco? Principalmente para não terem que transferir parte dessa temporada para 2022. A transferência, provavelmente, jogaria parte dos pagamentos das cotas de TV para o próximo ano, aumentando o aperto financeiro. Isso aconteceu em 2020.
É compreensível a preocupação dos cartolas com os cofres de suas agremiações. Mas correr um grande risco de desvalorizar ainda mais o já desbotado estadual e de entupir o torcedor com jogos de pouca qualidade pode gerar perdas de receitas no futuro. Nas próximas negociações de contrato de transmissão dos jogos do Estadual, por exemplo.
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