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Corinthians avança em acordo com Caixa e tenta anúncio antes de eleição

Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, em 2020 - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, em 2020 Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

26/11/2020 04h00

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Com Samir Carvalho, do UOL em São Paulo

A diretoria do Corinthians avançou no acordo com a Caixa Econômica Federal para encerrar ação de execução do banco contra a Arena Itaquera, empresa criada para viabilizar a construção do estádio alvinegro, e tem esperança de anunciar o trato entre esta quinta (26) e sexta-feira. Ou seja, antes da eleição presidencial no clube, marcada para sábado (28).

O anúncio seria um trunfo para o candidato apoiado por Andrés Sanchez, o ex-diretor de futebol Duílio Monteiro Alves.

A burocracia que envolve a oficialização do trato é um entrave para a divulgação antes do pleito.

Porém, a direção acredita que pode conseguir um memorando da Caixa confirmado o entendimento entre as partes até sexta.

A expectativa do Corinthians é de que o pagamento da dívida seja concluído em 17 anos, a partir do trato. O débito se refere ao financiamento de R$ 400 milhões feito junto ao BNDES, por intermédio da Caixa, para construir sua arena.

De acordo com duas fontes ouvidas pelo blog, pelo menos parte da verba gerada pela venda de ingressos vai passar a ficar com o clube. Hoje, todo o dinheiro precisa ir para o pagamento da dívida pela construção do estádio.

Em recente entrevista ao UOL, Andrés disse que no mínimo 50% da receita gerada pela Neo Química Arena vai ficar com o alvinegro.

No clube o cálculo é de um incremento de R$ 40 milhões anuais nas receitas alvinegras, se o acordo com a Caixa for selado nos moldes esperados. O banco tem por norma não falar sobre a negociação.

Nas tratativas, o Corinthians tem usado o discurso de que é melhor a Caixa receber menos por mês do que o combinado originalmente do que nada e que o modelo atual se mostrou inviável para a agremiação poder honrar o compromisso. Assim, o novo formato seria saudável para os dois lados.

Alegando que a Arena Itaquera, empresa controlada por Corinthians e Odebrecht, atrasou parcelas referentes ao financiamento, a instituição financeira executou o contrato em setembro do ano passado. O banco exigiu o pagamento da dívida total antecipadamente. Com multa, a cobrança chegava a cerca de R$ 536 milhões, nas contas da Caixa, no início da ação.

O Corinthians nunca concordou com a cobrança de multa. As partes já fizeram vários pedidos para o processo ser suspenso. Na última segunda (23), novamente atendo a pedido dos envolvidos, a Justiça Federal de São Paulo suspendeu o processo, dessa vez por 90 dias, para a tentativa de acordo.