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Leven Siano afirma que vai à Justiça contra voto online no Vasco

Leven Siano é um dos cinco candidatos do Vasco à presidência na eleição que acontecerá dia 7 de novembro - Divulgação / Somamos
Leven Siano é um dos cinco candidatos do Vasco à presidência na eleição que acontecerá dia 7 de novembro Imagem: Divulgação / Somamos

27/10/2020 04h00

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Em entrevista ao blog, Leven Siano, um dos cinco candidatos à presidência do Vasco na eleição marcada para o próximo dia 7, afirmou que seu grupo irá à Justiça caso a votação seja online.

Concorrendo pela chapa Somamos, ele afirma haver interesse de chapas favoráveis ao voto pela internet em manipular a votação, além de apontar irregularidades na decisão.

O presidente do clube e candidato, AlexandreCampello, também ataca a decisão tomada pelo presidente da assembleia geral, Faués Cherene Jassus, conhecido como Mussa.

"Tenho convicção de que haverá manipulação (da eleição com voto pela internet). Por parte da chapa Sempre Vasco, que tem o apoio, nesse caso particular, da Mais Vasco. Ou seja, os grupos representados respectivamente por Júlio Brant e Jorge Salgado", disse Leven Siano ao blog.

Procurada, a Mais Vasco declarou defender a votação híbrida, com voto presencial e online. Sobre a acusação de tentativa de manipulação afirmou que "quanto à insinuação mencionada, trata-se de mais um devaneio no estilo folclórico que Leven Siano infelizmente tem conduzido sua candidatura".

Por meio de sua assessoria de imprensa, Júlio Brant afirmou não existirem irregularidades. A respeito de suposta manipulação, lembrou que a votação pode ser acompanhada por até 22 auditores independentes. Leia os dois posicionamentos completos no final do post.

Indagado sem tem elementos para afirmar que os grupos citados querem manipular a eleição por meio do voto à distância, o candidato da "Somamos" usou o fato de a sede vascaína ser usada nas próximas eleições municipais.

"Não tenho nenhuma dúvida em relação a isso porque, quando você terá eleições no Rio de Janeiro, uma semana depois, no mesmo lugar... Porque São Januário abrigará 13 sessões eleitorais, onde votarão cerca do dobro de pessoas que votarão na eleição do Vasco. Então, você não encontra justificativa plausível para você ter votação online", sustentou Leven Siano.

O candidato argumenta que o estatuto do Vasco não prevê votação online. "Ah, mas tem uma alteração da Lei Pelé, recente, que prevê essa possibilidade (por conta da pandemia de covid-19). Ok, mas em cima da lei você tem uma constituição dizendo que em qualquer processo eleitoral ela só vale após um ano da entrada em vigor da nova operação", declarou Leven Siano.

A tese de que é preciso tempo para a implantação do sistema de votação pela internet é reforçada por documento enviado à diretoria do Vasco pelo Programa de Engenharia e Sistemas de Computação (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A instituição respondeu ao clube que não poderá ajudar na implantação do sistema por entender que, usualmente, é necessário um ano de trabalho desde sua concepção até a aceitação pela comunidade.

Leven Siano ainda diz que muitos sócios não usam internet e que precisariam passar por um período de reeducação para votar à distância. O processo eleitoral estaria perdendo democratização.

Sua tese é de que candidatos que defendem o voto pela rede de computadores querem evitar que eleitores deixem de ir ao clube votar no período da tarde após, eventualmente, pesquisas de boca de urna mostrarem seus candidatos longe da liderança.

Ele afirma faltar um certificado digital que garanta que quem está votando é o sócio apto para isso.

Ação na Justiça

"A gente está muito preocupado e muito convencido de que há algo estranho no ar. Se realmente for confirmada a votação online, nós vamos ajuizar uma ação para respeitar o estatuto e esse prazo constitucional de um ano e também para defender que o voto é personalíssimo e que na votação online não está assegurado que esse voto é personalíssimo", afirmou.

Segundo o candidato, seu grupo espera a confirmação do voto pela internet por meio de edital para ir à Justiça. Vale lembrar que a última eleição no Vasco foi marcada por imbróglio judicial.

Posicionamento da chapa Mais Vasco

Citada por Leven Siano, a chapa do candidato Jorge Salgado respondeu com uma nota enviada ao blog. Leia abaixo o comunicado na íntegra.

"A Mais Vasco e seu candidato à presidência do Club de Regatas Vasco da Gama, Jorge Salgado, são a favor da eleição híbrida, onde o sócio tem a oportunidade de optar entre o voto presencial ou à distância. A votação à distância foi viabilizada por alteração na Lei Pelé aprovada esse ano.

Nós acreditamos no direito ao voto, independente de onde o sócio do Vasco esteja. Quem mora fora do Rio de Janeiro, ou porventura estiver impossibilitado do deslocamento ao clube, ou ainda os eleitores mais idosos preocupados com um pleito em meio à pandemia, para esses é importante existir uma opção de participação, que é a votação à distância. Por outro lado, quem se disponibilizar a tomar as precauções necessárias para manter a tradição da votação em São Januário, também poderá o fazer. Isto é democracia. Portanto, defendemos a opção de uma eleição híbrida, que, inclusive, facilitaria o cumprimento dos protocolos estabelecidos pela Secretaria Municipal de Saúde para a realização do pleito presencial em São Januário.

Já quanto à insinuação mencionada, trata-se de mais um devaneio no estilo folclórico que Leven Siano infelizmente tem conduzido sua candidatura".

Posicionamento de Júlio Brant

"Primeiro, não há qualquer prejuízo ao estatuto, pois não há vedação a essa modalidade. Tanto a Lei Pelé quanto a Rjet (Regime Jurídico Emergencial e Transitório das relações jurídicas de direito privado durante a pandemia), as duas especiais, autorizam, expressamente, essa modalidade. Quanto à fraude, é a única eleição em que podem participar do processo, desde o início, até 22 auditores externos independentes indicados pelas chapas, Assembleia Geral e pelo próprio Vasco. Além de ser a forma mais democrática para que o vascaíno do Brasil e do mundo vote em total segurança. Democracia e segurança na veia. O Mussa está de parabéns pela coragem, inovação e respeito ao sócio".

Por sua vez, Mussa, responsável pela escolha do voto online, afirmou que responderia aos questionamentos, mas não o fez até a conclusão deste post.

Na nota em que anunciou a escolha pela votação pela Internet, Mussa colocou entre os motivos a possibilidade de permitir a participação do maior número de sócios sem comprometer a proteção dos mais vulneráveis em relação à pandemia. Esse será o primeiro pleito no Vasco com voto direto dos associados para presidente.