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Mauro Cezar Pereira

Cerca de 20%-23% separam Diego Alves e Fla. Clube oferece cláusula de saída

Diego Alves durante vitória do Flamengo sobre o Emelec na Libertadores de  2019 - Thiago Ribeiro/AGIF
Diego Alves durante vitória do Flamengo sobre o Emelec na Libertadores de 2019 Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

11/12/2020 11h48

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O acordo entre Diego Alves e Flamengo está cada vez mais distante. Há uma diferença razoável entre o que o clube deseja pagar e o goleiro pretende receber mensalmente como salários, algo em torno de 20% a 23%. Os dirigentes também incluíram na proposta uma cláusula de saída semelhante à que permitiu a Rafinha se transferir para o Olympiacos, da Grécia. Em meados de 2021, em caso de proposta do exterior que lhe interessasse, ele poderia se transferir sem pagamento de multa.

Diego Alves é um goleiro que está na história do Flamengo, mas se o que ele deseja ganhar (e é legítimo que queira) está fora do orçamento, ainda mais em tempos de pandemia, e não houver acordo (dificilmente haverá), o melhor para todos é que se vá. A diferença entre o que pede e lhe oferecem é significativa, porque o arqueiro quer ganhar mais (repito, é legítimo que deseje) e o clube não deseja desembolsar quantias maiores no atual contexto.

Além de um aumento em torno de 20% a 23% em relação ao que lhe é oferecido, o Flamengo acena com contrato de um ano, enquanto o camisa 1 pede mais duas temporadas em novo compromisso. Mas dirigentes entendem que nesse momento o reajuste pedido não se justifica, estaria fora do orçamento. E que aos 35 anos (fará 36 em 24 de junho), o mais adequado seria acertar por uma temporada, podendo renovar em dezembro do ano que vem. É assim que europeus como o Chelsea agem quando negociam com jogadores acima dos trinta e poucos de idade.

Há o entendimento de que reajustar em quase um quarto a remuneração de um atleta nesses tempos de receitas em queda significaria a senha para que os demais reivindiquem o mesmo. Com folha salarial altíssima, o Flamengo precisa dar passos cuidadosos e de acordo com o tamanho (atual) de suas próprias pernas. Aí talvez não caiba o comprometimento por dois anos com um atleta que evidentemente vive suas temporadas derradeiras na carreira.

"Ah, mas tem dinheiro para contratar o Pedro", alguém dirá. Cada caso é um caso, um jovem atacante significa investimento técnico com possibilidade de ganhos futuros, um veterano goleiro vai na contramão disso. Quem defende clubes geridos de forma responsável e cobra dos cartolas que façam qualquer negócio para manter um jogador está sendo contraditório. Se deixar o Flamengo, que tenha sorte Diego Alves, o que não podem é tirar as finanças rubro-negras dos trilhos. Seria indefensável.

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