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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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São Paulo ganha força para receber a final da Libertadores em 2023

Estádio do Morumbi, do São Paulo, é opção que agrada Conmebol para a final da Libertadores 2023 - Diego Iwata/ UOL
Estádio do Morumbi, do São Paulo, é opção que agrada Conmebol para a final da Libertadores 2023 Imagem: Diego Iwata/ UOL

Colunista do UOL

31/10/2022 15h04

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A direção da Conmebol pretende escolher com calma a sede da final da Libertadores-2023, marcada para 11 de novembro do ano que vem. É possível que a cidade e estádio escolhidos sejam anunciados apenas no início de 2023, após a Copa do Mundo do Qatar — o torneio da Fifa começa no próximo dia 20 e termina em 18 de dezembro.

Até um mês atrás a Colômbia era o país favorito a receber o jogo, como a coluna revelou em 14 de julho. Os estádios Atanasio Girardot, em Medellín, e Metropolitano Roberto Melendez, em Barranquilla, foram os oferecidos pela federação colombiana à Conmebol. Mas a cúpula da confederação sul-americana avalia a decisão do ano que vem como importantíssima comercialmente porque será a primeira com os novos contratos de patrocínio e de direitos de transmissão, assinados em 2022, portanto a organização precisa ser impecável.

Pesa muito nessa avaliação a facilidade de acesso de torcedores, clubes e parceiros até o local do confronto, o que enfraquece a candidatura colombiana e fortalece o Brasil como possibilidade, principalmente São Paulo — hoje o estádio da cidade candidato a receber o confronto é o Morumbi. A coluna apurou que há dirigentes na confederação que defendem que a capital paulista seja indicada para fazer dobradinha brasileira com Brasília, que deve ter a final da Copa Sul-Americana no dia 28 de outubro de 2023.

Os defensores de São Paulo avaliam que seria a cidade ideal para dar aos novos parceiros, comerciais e de direitos de transmissão, a possibilidade de divulgarem suas marcas com ativações. Há também o fator logística: mesmo que não haja brasileiros na final, times de outros países chegariam com mais facilidade à capital paulista do que à Colômbia ou ao Peru, também candidatos. Buenos Aires tem estádios concorrentes, mas a Argentina teve a final da Sul-Americana, com Córdoba, em 2022, o que enfraquece a demanda.

Licitação falhou
Em 2020, a Conmebol definiu uma espécie de concorrência para a escolha das sedes de seus torneios em 2021, 2022 e 2023, mas a pandemia atrapalhou os planos e obrigou a confederação a fazer ajustes e indicações.

O Brasil tinha inicialmente o Beira-Rio, em Porto Alegre, e a Neo Química Arena e o Morumbi, em São Paulo, como candidatos a receber a decisão da Libertadores em algum desses anos, mas em 2021 o estádio corintiano se retirou da disputa — a coluna apurou que o motivo foram as exigências da Conmebol, como proibição da exibição de patrocínios do clube e até do naming rights da arena durante a semana da final.

Beira-Rio e Morumbi, portanto, são os estádios brasileiros que querem a Libertadores. Porto Alegre é considerada pela Conmebol uma cidade interessante principalmente se clubes do Uruguai ou Argentina estiverem na final, mas menos competitiva para deslocamento de clubes de outros países. Para os patrocinadores São Paulo, com sua força econômica, é mais atraente, por isso o Morumbi está na frente.

A dificuldade dos brasileiros sem voo direto para chegar a Guayaquil, no Equador, palco da final de 2022 — Flamengo 1 x 0 Athletico — incomodou patrocinadores num primeiro momento, já que havia previsão de público baixo. A Conmebol, então, baixou o preço dos ingressos para o torcedor equatoriano e ainda deu cortesias a acompanhantes de associados do Barcelona, clube local, o que engajou a população da cidade com a final. Houve público razoável no estádio no sábado (29), mas bastante gente frequentando a Fan Fest, no Palácio de Cristal, onde os parceiros ativaram suas marcas.

Como a coluna mostrou, a Conmebol avalia ajustes na escolha das sedes e um deles é ter um plano B já indicado para substituir o A caso haja problemas de organização ou até mesmo se os times finalistas tiverem mais facilidade de deslocamento à sede alternativa. A avaliação é que se São Paulo for a cidade escolhida para 2023, nem seria necessário ter um plano B.