Briga deixa Peñarol e Felipe Melo ameaçados para sequência na Libertadores
Toda a confusão entre jogadores de Peñarol e Palmeiras, ocorrida depois da vitória palmeirense por 3 a 2 no Estádio Campeón Del Siglo, pode trazer consequências para a sequência da Copa Libertadores da América. O clube carbonero, os jogadores uruguaios e até mesmo o volante Felipe Melo devem entrar na mira da Conmebol.
A entidade tem agido contra atitudes de violência nos últimos anos, e o caso no Uruguai não deve passar despercebido. Os castigos do comitê disciplinar possivelmente atingirão Peñarol, alguns atletas como Mier, Nandez e Lucas Hernández e, pelo lado do Palmeiras, Felipe Melo.
Perseguido por uruguaios no gramado desde o fim do jogo, Felipe Melo acertou um soco em Mier e pode ser enquadrado por agressão, assim como Nandez e Lucas Hernández, que partiram para cima de Fernando Prass. Em casos recentes, atos parecidos renderam punições aos envolvidos; o Palmeiras, que enxerga o meio-campista como principal vítima de todo o caso, deve usar imagens para justificar a atitude do camisa 30, alegando que ele agiu em legítima defesa.
A intensidade das penas, é verdade, pode variar. O colombiano Berrío, por exemplo, pegou apenas um jogo no ano passado (suspensão automática), após participar de briga com atletas do Rosario Central, quando ainda defendia o Atlético Nacional. Já o cartão vermelho diante da Universidad Católica, pelo Flamengo, rendeu três jogos de gancho.
Uma agressão também tirou o argentino Centurión de três jogos do São Paulo na Copa Libertadores passada. Na ocasião, o hoje jogador do Boca Juniors acertou uma cusparada no meia Brambilla, do Toluca.
Acima dos indivíduos, o Peñarol também corre sérios riscos de sofrer com um gancho da entidade máxima do futebol sul-americana por falhar na questão da segurança.
Torcedores uruguaios e stewards que trabalhavam no jogo arremessaram pedras e lixeiras na direção de palmeirenses, enquanto há relatos de agressões de membros da delegação carbonera e de pessoas presentes no campo contra jogadores do time alviverde. Três bombas também foram arremessadas, segundo relatos de palmeirenses presentes ao Campeón Del Siglo ao UOL.
No Uruguai, desde 2014, durante o governo de Jose Mujica, a Polícia se encontra proibida de trabalhar em partidas de futebol. Toda a responsabilidade pelo bem estar de torcedores e atletas, desta forma, recai sob o Peñarol, que é obrigado a contratar segurança privada. O contexto pode agravar ainda mais a situação dos uruguaios para as próximas semanas.
A falta de segurança é considerada um ato grave e pode tirar o clube uruguaio do estádio por alguns jogos nesta e nas próximas edições da competição. O Boca Juniors, por exemplo, no caso de agressão a atletas do River Plate, acabou excluído da Copa Libertadores de 2013, em raro caso de punição nesta intensidade por parte da entidade sul-americana.
Peñarol culpa Felipe Melo, que se cala
O presidente do Peñarol, Juan Pedro Damiani, acusou Felipe Melo de ter sido o responsável pela briga generalizada no estádio Campeón de Siglo, que começou no campo e se estendeu para a arquibancada.
"Felipe Melo gerou toda a violência. No futebol se ganha ou perde, mas nós não podemos permitir que isso transborde. Felipe Melo armou a confusão quando acertou um soco em Mier. Os jogadores foram à arquibancada para tentar apaziguar. É lamentável, viemos viver uma grande festa,", disse o mandatário do time uruguaio ao jornal Sport 890.
Já Felipe Melo deixou o estádio sem falar com a imprensa. A única manifestação do volante veio por meio de sua conta nas redes sociais, na qual não fez qualquer menção à confusão e limitou-se a comemorar o resultado obtido. "Glória a Deus por nos fazer acreditar até o último minuto", escreveu.
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