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Senna seria um grande empresário ou político se estivesse vivo, diz Galvão

Galvão Bueno - Divulgação/TV Globo
Galvão Bueno Imagem: Divulgação/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

01/05/2020 14h56

O narrador Galvão Bueno disse, em comunicado divulgado pela TV Globo, que Ayrton Senna seria um grande empresário ou um política importante se estivesse vivo. O piloto morreu há 26 anos, no dia 1º de maio de 1994, após um acidente na curva Tamburello, durante o GP de Ímola.

"Estaria com 60 anos, talvez sendo um grande empresário, um político importante. Fazendo o que fosse, ele estaria preocupado com o lado social. Senna cometeu atos de caridade e benevolência que ninguém ficou sabendo. Ele aparelhou hospitais infantis e nunca falou", disse.

Galvão Bueno ainda lembrou o papel do piloto no embrião do que virou o Instituto Ayrton Senna e disse que ele estaria, de alguma forma, na linha de frente na ajuda do combate ao novo coronavírus.

"Eu estou falando isso agora. Ele foi o embrião do Instituto Ayrton Senna, tão bem conduzido pela irmã Viviane e pela sobrinha Bianca. Se ele hoje estivesse aqui, tenho certeza de que estaria envolvido até a alma nesta luta contra a pandemia do coronavírus e estaria trabalhando para minorar o sofrimento dos menos favorecidos", disse.

No próximo domingo (3), a TV Globo vai transmitir, durante o Esporte Espetacular, a íntegra do Grande Prêmio do Japão de 1988, a corrida do primeiro título de Ayrton Senna, com a narração original de Galvão Bueno. O programa também terá participações de Viviane e Bruno, irmã e sobrinho de Senna, e do piloto Felipe Massa.

Galvão relembra histórias daquela conquista. "Depois da grande vitória, do título conquistado, do jantar e dos festejos, marcamos para, no dia seguinte de manhã, pegarmos um trem-bala para ir a Tóquio. Quando nos encontramos, perguntei a ele como era acordar campeão do mundo e ele respondeu: 'Não sei, ainda não dormi'", conta Galvão Bueno.

"Foi simplesmente fantástico e um privilégio contar essa história, a formação desta lenda, a carreira, os títulos mundiais do meu querido amigo, o meu irmão mais novo, que acabou virando o Ayrton Senna do Brasil. Ele sempre disse que eu fui importante na carreira dele pela forma como transmitia as corridas, como fazia as reportagens e os programas. Fico muito feliz, porque foi uma troca muito bacana. Mas claro que ele foi muito mais importante para mim do que eu para ele", completou.

Galvão ainda relembrou a amizade com Senna. "Foi realmente uma amizade muito grande, que se construiu muito além de ele ser o personagem e eu, o relator daquelas façanhas. Até hoje me sinto muito honrado desta amizade fraternal que construímos", disse.

"Era uma pessoa de muitas virtudes e alguns defeitos, claro. Eu brincava dizendo que quando ele ia mal em alguma corrida, ficava com uma tromba que demorava uns três dias para passar. Mas além de um gênio do esporte e um herói dos domingos, era um grande ser humano, muito preocupado com as desigualdades sociais e o sofrimento dos mais pobres", completou.