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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Como ficaram e o que esperar das oitavas masculinas em Roland Garros

Reuters
Imagem: Reuters

Colunista do UOL

06/06/2021 04h00

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A dramática vitória de Roger Federer sobre Dominik Koepfer, num jogo de 3h35min que teve três tie-breaks, 103 erros não forçados (63 do Federer) e terminou quase à 1h da madrugada em Paris, as oitavas de final masculinas de Roland Garros estão definidas. Veja quem se classificou, como chegou lá e o que esperar dos confrontos de domingo e segunda-feira.

[1] Novak Djokovic x Lorenzo Musetti

Três jogos contra adversários que não tinham nenhuma arma poderosa o bastante para incomodá-lo, e Novak Djokovic fez sua parte brilhantemente, anotando três vitórias em sets diretos. Está sólido e em boa forma física. Musetti tem mais bola do que Berankis, por exemplo, mas nunca fez uma partida deste tamanho. É seu primeiro slam, é sua primeira vez nas oitavas, é sua primeira partida contra Djokovic. Pode entrar, jogar solto e, quem sabe, beliscar um set. Mais do que isso seria uma zebra gigante.

[9] Matteo Berrettini x Roger Federer [8]

Depois da vitória heróica sobre Koepfer, Federer já fez mais do que se esperava em Paris. Encurtou pontos contra Istomin, sacou bem quando mais precisou contra Cilic e, no sábado, depois da meia-noite, sem torcida, jogando mal, numa quadra lentíssima, tirou da cartola um triunfo para chegar às oitavas. O que vier de agora em diante é mais do que lucro. Berrettini tem um bom saque e uma direita violenta, que causa problemas a todo mundo. O suíço precisará tirar o italiano de sua zona de conforto para não ficar correndo atrás da bola. Se alguém no mundo tem recursos para embaralhar a cabeça do rival, Federer é o cara. Resta saber como o corpitcho vai responder.

[3] Rafael Nadal x Jannik Sinner [18]

Jogão. Sinner tem a potência, tanto o saque quanto do fundo de quadra, de direita e esquerda, para manter Nadal sob pressão mesmo na terra batida. Obviamente, em Roland Garros, no saibro e em melhor de cinco sets, Rafa é o favorito, mas vai ser interessante ver o que o jovem italiano consegue fazer.

[10] Diego Schwartzman x Jan-Lennard Struff

Schwartzman chegou a Paris em péssima fase, mas a chave ajudou. Superou Lu, Bedene e, depois, Kohlschreiber. Agora encara um Struff que vem de vitórias grandes sobre Rublev e Alcaraz (também bateu Bagnis). Em outro momento, Schwartzman seria muito favorito. Este ano, Struff tem boas chances.

[6] Alexander Zverev x Kei Nishikori

Sascha faz um torneio com cara de Sascha. Uma partida de cinco sets (Otte, na estreia) e um par de sets mais apertados do que o esperado. De certo modo, Zverev sempre passa a impressão de que vence com menos folga do que poderia, mas segue vencendo, que é o que importa de verdade. Nishikori, por sua vez, venceu dois jogos de cinco sets (Giannessi e Khachanov) e, depois, teve uma pitada de sorte com o abandono de Laaksonen. O japonês vai ter suas chances contra Sascha, mas terá de sacar bem e fazer o alemão jogar pontos longos. Zverev é o claro favorito.

Alejandro Davidovich Fokina x Federico Delbonis

Talvez seja o duelo mais intrigante das oitavas para os fãs hardcore de tênis. Fokina é energia, é marra, é coragem/loucura para salvar break point no quinto set sacando por baixo contra Casper Ruud (veja abaixo). Delbonis é frieza, é o canhoto típico, que joga tentando impor o forehand cruzado e vem de vitória sobre Fabio Fognini. Nenhum dos dois era favorito para estar nas oitavas, o que só deixa as coisas mais interessantes. Ambos vivem altos e baixos durante as partidas, e ambos sabem o quanto há em jogo. Difícil prever algo além de dizer que deve ser um jogo beeeem legal de acompanhar.

[5] Stefanos Tsitsipas x Pablo Carreño Busta [12]

Favorito na metade de baixo da chave desde o dia do sorteio, Tsitsitas fez sua parte muito bem até agora. Não foi impecável, mas jogou bem o bastante para evitar grandes problemas - inclusive com os saques de John Isner. Carreño Busta será um teste mais complicado e exigirá mais consistência do fundo de quadra, mas o grego é o claro favorito aqui.

[22] Cristian Garín x Daniil Medvedev [2]

Medvedev chegou a Paris com aquele papinho maroto de que não gostava de saibro, que não esperava nada, etc. e tal. Pode ter enganado alguém lá atrás, mas depois de três vitórias confortáveis, todos já estão levando o russo a sério. Dito isso, Garín será o primeiro saibrista de verdade que ele vai encontrar nesta edição de Roland Garros, e o chileno, lembremos, foi quem derrotou Daniil no Masters 1000 de Madri, há pouco tempo. Há bastante equilíbrio aqui - muito mais do que aquele 6/1 que Garín aplicou em Medvedev no terceiro set em Madri. Slam, melhor de cinco, altos e baixos esperados... o russo terá suas chances e, não por acaso, é o favorito nas casas de apostas.