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Nadal não jogaria se Roland Garros fosse hoje: 3 conclusões sobre o aviso

"Não vou jogar em Paris se eu estiver me sentindo como estou agora. Se eu estivesse em Paris hoje, eu não jogaria. Esta é a realidade. Vamos ver o que acontece. O mundo não termina com Roland Garros, embora tenha sido o torneio mais importante da minha carreira. Se eu não jogar em Paris, há outros torneios. Há Jogos Olímpicos em breve e outros eventos. Não vou fazer mais do que me sinto capaz de fazer ou desejo fazer."

Rafael Nadal vai entrar em quadra nesta quinta-feira, por volta das 12h (de Brasília) para iniciar o que deve ser sua última participação no Masters 1000 de Madri. Evidentemente, é um torneio importante para o espanhol. É em seu país, diante de seus compatriotas, pessoas queridas e patrocinadores. É mais do que compreensível que Rafa queira pisar na Caja Mágica mais uma vez antes de abandonar o circuito profissional.

No entanto, seu corpo hoje "tem limitações", como ele disse. Nadal não entrou em detalhes, mas Barcelona mostrou que o ex-número 1 do mundo não consegue sacar normalmente. Não ganha pontos de graça com o fundamento. É difícil competir contra a elite assim, e a derrota para Alex De Minaur, na segunda rodada do torneio catalão, evidenciou isso.

Esses limites, que não vão impedir a participação em Madri, impediriam Rafa de competir em Roland Garros. Foi o que ele disse nesta quarta-feira, na entrevista coletiva que concedeu na capital espanhola (vide frase no alto do post). Por quê? Quais são as diferenças? O que podemos concluir da declaração do veterano de 37 anos?

1) O torneio de Roland Garros é importante, mas não é tudo. Talvez não estivesse claro nem para os mais árduos fãs, mas Nadal parece bem resolvido quanto ao fato de que pode, sim, despedir-se do tênis sem uma última ida ao slam do saibro. Foi assim, lembremos, com Roger Federer em Wimbledon. Depois de alcançar as quartas em 2021, o suíço não competiu no All England Club em 2022 e encerrou a carreira durante a Laver Cup daquele ano.

2) Se Roland Garros como local - além do slam do saibro - tem sua importância para Rafa, estar lá nos Jogos Olímpicos parece, agora, uma possibilidade maior (dependendo de um convite, é claro). Tanto porque Nadal estaria vestindo as cores de seu país, algo que ele sempre destacou que se orgulha de fazer, quanto porque estaria competindo em melhor de três sets - e quem sabe só nas duplas, ao lado de Alcaraz! - o que parece mais compatível com suas possibilidades físicas atuais do que jogos de simples em melhor de cinco ao longo de duas semanas. Rafa resolveria dois problemas ao mesmo tempo. Disputaria os Jogos e faria uma última aparição em Roland Garros.

3) A declaração também deixa claro, como já escrevi acima, que Rafa não parece estar muito melhor agora, em Madri, do que em Barcelona. Logo, não parece lógico esperar que ele brigue pelo título ou algo do gênero. O ex-número 1 não chamou Barcelona de "despedida" antes de competir, mas foi, na prática, uma maneira de dizer adeus a um torneio que lhe é especial. Tudo indica que será parecido nesta semana, na capital.

Coisas que eu acho que acho:

- Nadal estreia no torneio contra o jovem Darwin Blanch, de 16 anos, número 1028 do mundo e convidado da organização. Se vencer - e Rafa é, sim, considerado favorito - voltará a enfrentar De Minaur na segunda rodada.

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- O Brasil tem três nomes na chave do torneio. Thiago Wild, que já venceu na estreia e vai jogar contra Lorenzo Musetti na segunda fase (uma reedição da final do US Open juvenil de 2018, vencida pelo brasileiro); Thiago Monteiro, que furou o qualifying e encara Dusan Lajovic por volta das 7h30min (de Brasília) desta quinta; e João Fonseca, de 17 anos, que recebeu um convite da organização e vai estrear por volta das 12h contra o americano Alex Michelsen, de 19 anos e #70 do ranking.

- Os direitos de transmissão são do grupo Disney (ESPN e Star+).

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Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do que foi informado, Federer caiu nas quartas de final de Wimbledon em 2021. O erro já foi corrigido.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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