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São Paulo e o recorde de público na BJK Cup: um lição importante

A Federação Internacional de Tênis (ITF) confirmou nesta quarta-feira que o confronto entre Brasil x Alemanha, disputado no Ginásio do Ibirapuera no último fim de semana, quebrou o recorde de público da competição na fase de Qualifiers (a etapa que classifica para a fase final) da Billie Jean King Cup. A marca foi estabelecida no sábado, quando 8.050 pagantes compareceram. No total dos dois dias de jogos, o Ibirapuera recebeu 14.940 espectadores.

O recorde, é bom deixar claro, é a maior marca da competição desde que ela mudou de nome, em 2020, quando também passou a ser adotado o novo formato, com oito duelos nos qualifiers e 12 equipes classificadas para a fase final, que é jogada em sede única (Málaga, Espanha, no caso de 2024).

Trata-se de um número bacana para o Brasil. Um recorde, afinal. Só que o fim de semana de tênis feminino em São Paulo foi muito mais do que isto. Foi inédito. Nenhuma das integrantes da equipe brasileira havia vivido algo parecido. Provavelmente, nenhum dos espectadores viveu algo semelhante em relação ao tênis feminino brasileiro. O que se viu, ouviu e, principalmente, sentiu no Ibirapuera naqueles dias foi algo para não esquecer tão cedo.

Porque não foi sobre encher um ginásio para empurrar uma equipe. Ok, foi também sobre isso, mas foi muito mais. Foi sobre alimentar sonhos. Foi sobre mostrar para a próxima geração de tenistas - tanto as Nauhanys de hoje quanto as meninas que ainda vão começar a empunhar raquetes - que é possível pensar grande. Que há algo ali a ser alcançado. Que o Ibirapuera, que já recebeu Federer e Nadal e tantos outros, agora é a casa de Bia, Laura, Carol e pode ser de outras no futuro (espero que depois de uma boa reforma!).

Também foi sobre reunir o mundo do tênis. No mesmo local, vimos Kuertens (não Guga, infelizmente), Passos, Meligenis, Sá, Soares, Pereiras, Vieiras, Koch, Cletos, Medrado, Elias, Nardini, Silberberg, Bastos e tantos outros que não lembro agora, além dos muitos influencers e pseudo influencers que tentavam conhecer algo da modalidade pra levá-la a um público maior. Não dá para fazer isso em Catanduva, Uberlândia ou Ladário. O que aconteceu neste fim de semana, só poderia ter acontecido na capital paulista - a capital do tênis no país.

"Ah, mas é preciso levar o tênis ao resto do Brasil." O tênis, sim. Os eventos mais importantes, nem tanto. Existe um motivo pelo qual o Rio Open é realizado no Rio de Janeiro, e não em Rio das Ostras. Ou pelo qual o finado Brasil Open ganhou uma sobrevida no Ibirapuera depois que ficou impraticável escondê-lo sem Guga no Sauípe. US Open? Nova York. Roland Garros? Paris. Não é difícil entender.

Esta Billie Jean King Cup, do jeito que foi e onde foi, deixou muitas lições. Colocá-las em prática não é tão difícil assim.

Coisas que eu acho que acho:

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- O fracasso do Brasil Open pós Guga na Costa do Sauípe e a vida curta do WTA de Florianópolis foram bons exemplos. Lições que nem todo mundo aprendeu. Ainda há tempo.

- Nada pessoal contra ninguém (cada um escolhe como ganha sua vida honestamente), mas um evento como este duelo da BJK em São Paulo não precisa de torcedor profissional.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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