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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

5 coisas para prestar atenção no Masters/WTA 1000 de Roma

Divulgação / Internazionali D"Italia
Imagem: Divulgação / Internazionali D'Italia

Colunista do UOL

11/05/2021 04h00

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O Internazionali D'Italia, torneio que combina um Masters 1000 e WTA 1000, é o último grande teste antes no saibro antes de Roland Garros. Depois dos trios Monte Carlo, Barcelona e Madri, no circuito masculino, e Charleston, Stuttgart e Madri, para as mulheres, o evento da capital italiana é onde todos os grandes nomes se testam ao máximo antes do slam da terra batida. Não por acaso, é o torneio que tem as chaves mais fortes do saibro no Velho Continente.

1. Serena Williams

Por tudo escrito acima, Roma foi o torneio escolhido para a aparição saibrística anual pré-Roland Garros de Serena Williams. A veterana, que já tem 39 anos e segue com alguns quilos a mais do que no seu auge físico, precisa de todo cuidado possível para não se lesionar antes dos slams, portanto seu calendário vem sendo mais do que enxuto nas últimas temporadas. Isso torna o WTA 1000 de Roma ainda mais importante para a ex-número 1 do mundo. Não que ela vá se sacrificar pelo título - qualquer dor justifica uma desistência nesse estágio das coisas - mas é "O" torneio para ele ver a quantas anda seu tênis e que ajustes ela precisa fazer para tentar o título em Paris. Sim, o título em Paris. A essa altura da carreira, nada mais importa para Serena. Não por acaso, ela abandonou Roland Garros cedo no ano passado.

Seu caminho terá uma boa saibrista (Podoroska ou Siegemund) logo na estreia, mas depois disso a expectativa é por um duelo com Naomi Osaka nas quartas. Isso, claro, se a japonesa chegar lá. O que Naomi mostrou em Madri não empolgou, e pode ser que ela nem vá tão longe no torneio. De qualquer modo, a chave de Serena também prevê uma colisão com Simona Halep na semi. Será ótimo se esses confrontos se concretizarem.

2. Novak Djokovic

Normalmente, o atual número 1 do mundo chega ao Masters 1000 de Roma com mais "força", vindo de resultados mais animadores. Não foi o caso em 2021. Depois de um revés surpreendente diante de Dan Evans em Monte Carlo, Djokovic prestigiou o ATP 250 de Belgrado, disputado não por acaso no Novak Tennis Centre, e optou por não jogar nem em Barcelona nem em Madri. O problema é que Nole não foi campeão em casa e acabou disputando menos partidas do que imaginava. A derrota para Aslan Karatsev em um jogaço - um dos melhores do ano - foi decepcionante, mas não tão preocupante. Djokovic não jogou tão mal assim, como já publiquei antes aqui no blog.

De qualquer modo, a expectativa por sua atuação em Roma é maior do que em outras temporadas. É hora de Nole se medir de verdade no saibro antes de Roland Garros, e isso pode acontecer num duelo com Stefanos Tsitsipas nas quartas e enfrentando Dominic Thiem ou Andrey Rublev na semi. Um novo revés pode aumentar a cobrança (ou pressão?) antes de Paris, e não é exatamente o melhor dos cenários para ninguém.

3. Sacadores

O tênis-pancada deixou boas impressões em Madri, tanto com o óbvio título de Aryna Sabalenka na chave feminina quanto com as boas atuações de John Isner e Matteo Berrettini. É justo dizer até que Alexander Zverev (que, a bem da verdade, não é adepto da pancadaria pura) se beneficiou bastante das condições mais rápidas da capital espanhola, onde há alguma altitude, e o torneio é realizado em quadras provisórias e em ambiente indoor (com teto retrátil aberto na maioria das partidas).

Roma, entretanto, propicia condições de jogo mais lentas. Por isso, o torneio é visto como um melhor indicativo para as chances de cada um em Roland Garros. E foi esse o motivo, aliás, pelo qual os tenistas reclamaram até que conseguiram que as datas de Madri e Roma fossem invertidas (até 2010, o evento italiano era jogado antes do espanhol).

Assim, esta semana poderemos medir melhor as chances, por exemplo, de Sabalenka, que foi muito bem no indoor de Stuttgart e na altitude de Madri. Mas e em Roma, no nível do mar? Ela pode reencontrar Ash Barty já nas quartas, o que seria ótimo para os fãs de tênis. E entre os homens, será que Berrettini vai continuar sendo tão eficiente? Zverev também pode rever Nadal nas quartas, e será ótimo constatar o que muda na dinâmica desse confronto. Ou não muda?

4. Quem deixou a desejar até agora

É justo dizer que Rafael Nadal e Dominic Thiem correm contra o tempo. O espanhol não foi tão bem assim em Monte Carlo (perdeu para um inspirado Rublev), mas depois foi campeão em Barcelona mesmo sem jogar seu melhor. Madri deixou mais óbvios seus desafios no momento. Rafa precisa de mais consistência com bolas fundas e de devoluções mais precisas (e, também, mais fundas), especialmente com o forehand. O austríaco fez eu primeiro torneio de saibro do ano em Madri, então alguma ferrugem era esperada, e encarar Zverev depois de Isner foi o pior cenário possível. O alemão exigia mais consistência do fundo de quadra, e Thiem vinha de um duelo com poucas trocas. A falta de ritmo ficou nítida.

Entre as mulheres, Simona Halep, Elina Svitolina e Naomi Osaka também estão neste grupo, embora por motivos diferentes. No caso da japonesa, que admite ter muito a evoluir na terra batida, cada torneio é importante para que ela ajuste sua movimentação e entenda como vencer pontos quando seu saque não é tão eficiente e quando as adversárias lhe devolvem mais bolas (e mais altas). Para Halep e Svitolina, duas ótimas saibristas, o desafio é outro: vencer. Simples assim. Svitolina deixou escapar uma vitória contra Barty em Stuttgart e acabou eliminada na estreia em Madri após perder seis match points. A romena vem de um revés para Sabalenka em Stuttgart (a bielorrussa passou por cima baseada na potência) e outro para Mertens em Madri, onde Halep não mostrou a consistência típica de seu tênis. Sua chave em Roma não é das piores, mas ela pode encarar Pliskova ou Kvitova nas quartas e Serena ou Osaka na semi.

5. Grandes partidas nos primeiros dias

Jogão não falta em Madri, e isso vale já a partir desta terça-feira. A programação inclui, por exemplo, Fokina x Dimitrov, Stephens x Keys (já foi final de US Open!), Sonego x Monfils (na Itália, com torcida, deve pegar fogo), Muguruza x Pavlyuchenkova, Schwartzman x Auger-Aliassime, Konta x Ostapenko e Karatsev x Medvedev. Além disso tudo, claro, a rodada tem a estreia de Djokovic, que encara Taylor Fritz.

Além disso, vale a expectativa por Nadal x Sinner e Tsitsipas x Cilic, belíssimos jogos de estreia para espanhol e grego.

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