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Brasil e Polônia empatam no primeiro dia da BJK Cup

Laura Pigossi e Urszula Radwanska na Billie Jean King Cup, em Bytom, na Polônia - ITF
Laura Pigossi e Urszula Radwanska na Billie Jean King Cup, em Bytom, na Polônia Imagem: ITF

Colunista do UOL

16/04/2021 14h02

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O primeiro dia do confronto entre Polônia e Brasil, válido pelos playoffs da Billie Jean King Cup (ex-Fed Cup), terminou igualado. No primeiro jogo do dia, Magdalena Frech (#157 do mundo) derrotou Carol Meligeni (#342) por 6/4 e 6/3. Em seguida Urszula Radwanska (#227) enfrentou Laura Pigossi (#326), e a brasileira empatou o confronto ao fazer 7/6(9), 3/6 e 6/2.

O confronto continua neste sábado, a partir das 7h (de Brasília). Primeiro, Frech encara Pigossi. Depois, Radwanska enfrenta Meligeni. Se necessário, o quinto e decisivo jogo será entre as duplas. A Polônia escalou Weronika Falkowska e Paula Kania-Chodun, enquanto a capitã brasileira, Roberta Burzagli, optou por Luisa Stefani (#25 do mundo nas duplas) e Gabriela Cé. Quem vencer disputa os Qualifiers (fase inicial da primeira divisão) da BJK Cup no ano que vem, enquanto o time derrotado volta para o zonal - espécie de segunda divisão.

Os dois times estão desfalcados de suas melhores tenistas. A Polônia compete sem a fortíssima Iga Swiatek, campeã de Roland Garros e número 16 do mundo. O Brasil não tem Bia Haddad Maia (#294), que disse não à convocação e preferiu jogar um torneio em Portugal nesta semana para tentar continuar melhorando seu ranking, que segue ruim desde que ela foi suspensa por doping. A paulista foi eliminada do evento português na primeira rodada.

Frech d. Meligeni: 6/4 e 6/3

No primeiro jogo, Frech e Meligeni fizeram um duelo parelho em trocas do fundo de quadra, com a polonesa usando golpes mais agressivos, enquanto a brasileira errava menos. Frech também pressionava mais nas devoluções, especialmente no segundo saque de Meligeni. Ainda assim, a tenista da casa teve apenas um break point no primeiro set, e ela conseguiu a quebra graças a uma direita cruzada de Carol, que saiu ao lado.

O segundo set começou bem diferente, com seguidas quebras de saque. Carol saiu de 15/40 no primeiro game e confirmou com um ace. Em seguida, aproveitando o momento favorável, com um belo voleio e, depois, uma linda paralela de direita, quebrou o saque de Frech e abriu 2/0. A polonesa, porém, se recuperou, passou a errar menos e tomou o controle da partida. Venceu três games seguidos, quebrando a brasileira duas vezes, e tomou a dianteira. A tenista da casa não vacilou mais em seus games de serviço e, quando Carol errou uma paralela no nono game, Frech converteu o break point que deu números finais ao jogo: 6/4 e 6/3. Magdalena terminou a partida com 24 winners e 26 erros não forçados contra nove e 26 de Carol, respectivamente.

Pigossi d. Radwanska: 7/6(9), 3/6 e 6/2

A segunda partida desta sexta teve muitos altos e baixos e chances para ambas. Laura começou melhor e teve 3/1 de vantagem, mas Urszula venceu quatro games seguidos e tomou a dianteira. A polonesa sacou para o set em 5/3, mas não conseguiu aproveitar a chance e perdeu o serviço. A decisão só veio no tie-break, que foi um belo resumo da parcial: Laura abriu 6/1, mas desperdiçou cinco set points seguidos e, depois, teve de salvar dois set points. Radwanska também não converteu suas chances e acabou entregando o set para a brasileira com uma direita longa no 20º ponto do game.

Quando o segundo set começou, as estatísticas registravam quase o triplo de erros não forçados (60) em relação aos winners (22). Radwanska, apesar de jogar com bolas mais retas em um piso lento que não lhe era tão favorável, conseguiu reduzir seus erros. Pigossi, por sua vez, agrediu menos e investiu em bolas mais altas, buscando trocas mais longas. O plano deixou de funcionar à medida em que Urszula errava menos. Com três quebras na parcial, a polonesa fez 6/3, forçando o set decisivo.

Laura, que anotou apenas um winner em todo o segundo set, encaixou uma passada de esquerda que lhe rendeu break points já no primeiro game do terceiro set. Radwanska se salvou de 15/40, mas cometeu dois erros não forçados - inclusive um voleio fácil - e cedeu a quebra. A vantagem mudou completamente o momento do duelo. A brasileira se encheu de confiança, enquanto a tenista da casa empilhava erros. Ao falhar em mais um voleio fácil, Radwanska voltou a perder o saque no terceiro game, dando a Laura a enorme vantagem de 3/0. Ula ainda esboçou uma reação, devolvendo uma das quebras e diminuindo a vantagem para 4/2, mas a brasileira fez um belo sétimo game e conseguiu nova quebra para abrir 5/2. Na sequência, Laura não vacilou e fechou a partida.

O que significa

Para o Brasil, o resultado parcial é ótimo porque a melhor duplista do confronto é Luisa Stefani, o que dá ao time verde-e-amarelo uma vantagem considerável no caso de uma quinta partida. A Polônia ainda é favorita porque tem em Frech uma tenista mais sólida (e mais descansada) do que Pigossi. No mais provável dos cenários, o Brasil precisa de uma vitória de Meligeni sobre Radwanska na quarta partida, o que não é nada impossível a julgar pelo que Ula mostrou nesta sexta. A quadra lenta não é favorável para seu jogo de bolas retas, e Carol tem a consistência para alongar ralis e levar a melhor.

Existe, obviamente, a possibilidade de o capitão polonês, Dawid Celt, escalar Katarzina Kawa (#133), a mais bem ranqueada de deu time, no lugar de Radwanska. O dilema - e provavelmente foi por isso que Ula jogou no primeiro dia - é que Kawa ainda não tem uma vitória sequer na temporada. Em cinco partidas, soma cinco derrotas. Ainda que estivesse jogando em um nível de torneios acima do que as demais tenistas deste confronto (Kawa jogou apenas WTAs), é de se imaginar a quantas anda seu nível de confiança e o quanto isso afeta em uma competição diferente, defendendo o país, com tanto em jogo.

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