A silenciosa aposta do Bayern

Poucos são os que continuam pensando no futebol com a habitual frequência. Natural, considerando a realidade do esporte parado no mundo.

No entanto, o Bayern tomou duas decisões importantes na semana. As renovações de Hansi Flick e Thomas Muller indicam a aposta por um caminho que se mostrava promissor antes da temporada ser interrompida pela pandemia do coronavírus.

O crescimento do nível coletivo transformava o time alemão em um dos principais candidatos na Champions League. Em um ano de troca no comando, não era tão simples imaginar tal salto.

A sensação é de que o Bayern resgatou alguns princípios de jogo que foram marcantes na vencedora história de Jupp Heynckes. Um time mais vertical, com momentos de "rolo compressor", como contra o Chelsea no jogo de ida das oitavas.

Os últimos anos foram muito transformadores no clube. A passagem de Guardiola, ainda que sem o cobiçado título europeu, deixou marcas muito reconhecidas e influenciou na forma de pensar o jogo. Desde então, a equipe navegou por diferentes estilos, com Ancelotti e Kovac.

Mas parece encontrar maior conforto no resgate promovido por Hansi Flick. Ou parecia, pelo menos. Já que ninguém sabe o que será o futuro após a longa pausa. O fato é que o treinador teve o contrato renovado e terá a oportunidade de dar continuidade ao positivo início.

Thomas Müller é um símbolo. A queda dos últimos anos havia o transformado em peça de difícil encaixe. De repente, voltou a ser útil, importante e decisivo. É quem acelera os ataques por dentro, não como organizador, e sim como quem dá dinâmica ao quarteto de ataque.

O Bayern dos dois meses anteriores à parada era um dos projetos mais fortes da temporada 2019/20 na Europa. Mesmo que ofuscadas pelo momento de outras prioridades, as renovações representam uma relevante aposta do clube.