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Novas bombas da F1 têm possível manipulação de resultado e saída de chefes

As últimas semanas da F1 têm sido marcadas por uma sequência de notícias surpreendentes, que começaram com a saída de Gunther Steiner da Haas, passaram pelo acordo de Lewis Hamilton com a Ferrari, explodiram com as reviravoltas das investigações envolvendo o chefe da Red Bull, Christian Horner. E não param: agora, simplesmente o presidente da Federação Internacional de Automobilismo, Mohammad ben Sulayem, estaria sendo investigado por ter manipulado o resultado do GP da Arábia Saudita do ano passado.

A história foi publicada pela BBC, e com detalhes. Um denunciante teria alertado o setor de compliance da FIA de que Sulayem teria ordenado que uma das punições sofridas por Fernando Alonso na corrida fosse revogada. A ordem teria passado pelo sheikh Abdullah bin Hamad bin Isa Al Khalifa, que é o vice-presidente da FIA na região do Oriente Médio e Norte da África.

De acordo ainda com a reportagem da BBC, fontes de várias equipes e próximas à FIA teriam confirmado que têm essa informação sobre a investigação.

Alonso tinha sido punido com 5s por ter parado no grid fora da sua posição. Quando essa punição foi paga, em seu pitstop, os comissários notaram que um equipamento tocou no carro do espanhol antes desses 5s, o que é proibido. E aplicaram mais uma pena de 10s.

Isso teria tirado o pódio de Alonso, que corre pela Aston Martin, patrocinada pela petrolífera saudita Aramco, grande investidora da F1 nos últimos anos. Essa segunda punição foi retirada e ele manteve o pódio.

Sulayem já se envolveu, direta e indiretamente, em inúmeras polêmicas. Ele questionou o valor que estaria sendo negociado entre a Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da F1, e justamente os sauditas para uma possível aquisição, dizendo que era alto demais.

E, mais recentemente, a FIA anunciou que iria investigar supostas reclamações de equipes sobre informações privilegiadas que o chefe da Mercedes, Toto Wolff, teria por conta da posição de sua esposa, Susie Wolff, na Liberty. Todas as equipes soltaram comunicados negando que havia tal reclamação, dando a impressão de que tudo não passou de uma manobra política de Sulayem.

Para completar, a FIA tem visto um êxodo de profissionais, tanto do time jurídico quanto técnico.

Temporada da Alpine começa com desmanche

O diretor técnico da Alpine, Matt Harman, e o chefe de aerodinâmica, Dirk de Beer, pediram demissão do time antes mesmo da viagem para o GP do Bahrein, descontentes com os caminhos da equipe.

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Com isso, os franceses anunciaram uma reformulação, excluindo a posição de Harman e criando cargos específicos de chefia na área técnica, divididos entre performance, aerodinâmica e engenharia. É um modelo semelhante ao que a McLaren adotou recentemente, mas sem profissionais do mesmo calibre, uma vez que o time vem perdendo membros do alto escalão desde o ano passado.

Na pista, eles começaram a temporada fechando a última fila do grid. Na corrida, Esteban Ocon foi o 17º e Pierre Gasly foi o 18º.

Ano começou quente na RB

E tem outro time apagando um incêndio depois da primeira corrida do ano, a RB, ex-AlphaTauri. Tudo porque, nas últimas voltas do GP do Bahrein, a equipe instruiu Yuki Tsunoda a ceder a posição para o companheiro Daniel Ricciardo por entender que ele estava mais rápido e poderia conseguir a posição de Kevin Magnussen.

Mas o australiano não passou o dinamarquês, o time não ordenou que os companheiros voltassem a inverter as posições, e Tsunoda deixou claro seu descontentamento no rádio e forçando uma ultrapassagem depois da bandeirada, ao que Ricciardo respondeu com uma gíria de tom pejorativo. Eles continuaram trocando farpas nas entrevistas, com Tsunoda dizendo não entender a opção da equipe e Ricciardo dizendo que falta maturidade ao japonês. Essa foi a primeira corrida de Laurent Mekies, ex-Ferrari, como chefe de equipe.

São tantos focos de tensão diferentes que é difícil saber qual a próxima bomba da F1, que faz sua segunda etapa neste sábado, na Arábia Saudita.

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