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Como Verstappen sofreu para vencer por 9s e por que Hamilton vê Aston forte

Max Verstappen comemora sua 41ª vitória na F1, em Montréal - Minas Panagiotakis/Getty Images
Max Verstappen comemora sua 41ª vitória na F1, em Montréal Imagem: Minas Panagiotakis/Getty Images

Colunista do UOL

18/06/2023 19h26

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Na zona de entrevistas após largar em 12º e terminar em sexto no GP do Canadá, Sergio Perez perguntava a Carlos Sainz se ele tinha sofrido com os pneus. E questionou também qual a vantagem de Max Verstappen em mais uma vitória, a sexta no ano e quarta seguida. "Foram 9 segundos", disse o espanhol ao mexicano, que ficou pensativo. Afinal, o ainda vice-líder do campeonato tinha sofrido com os pneus durante toda a prova, com o mesmo carro de Max.

"Com o composto duro, não conseguia colocar o pneu na janela correta. Com os médios, o carro estava escorregando muito", disse Perez. Talvez ele se surpreenda ainda mais ao saber que Verstappen também considerou que teve uma corrida difícil, mesmo sem ter sido ameaçado pelo segundo colocado Fernando Alonso em nenhum momento.

"Estava frio, mais frio do que na sexta-feira. Nosso carro é muito bom quando tem alta degradação e muito calor. Hoje eu precisava de um carro diferente, daqueles que trabalham muito o pneu. Então vencer com 9s de vantagem com esse tipo de condição é um ótimo resultado", disse o holandês, que igualou as 41 vitórias de Ayrton Senna, mas preferiu não se comparar com o brasileiro.

"Não quero comparar gerações diferentes. O que Ayrton fez foi incrível. O que eu penso é que, quando eu estava no kart, não pensava em vencer tantas corridas. E agora quero que não pare por aqui."

Verstappen ainda teve outro motivo para ter perdido rendimento. Ele atropelou um pássaro na parte inicial da prova. Parte do animal ainda estava perto de seu duto de freio no final da corrida, segundo informou a Red Bull.

Asfalto mais frio pode ter ajudado a Ferrari

É interessante a avaliação de Verstappen sobre os pneus, até porque chamou a atenção a maneira como a Ferrari conseguiu ter um bom ritmo de corrida. Eles têm um carro como aquele descrito por Verstappen, que coloca muita energia nos pneus e, por isso, costuma sofrer muito desgaste nas corridas. Isso não aconteceu neste domingo no Canadá. Largando em décimo e 11º por uma combinação de classificação ruim e punição, Leclerc e Sainz chegaram em quarto e quinto, e ainda por cima parando uma vez a menos que os rivais diretos de Red Bull, Aston Martin e Mercedes.

Não é por acaso, portanto, que a Ferrari evitou comemorar uma virada no seu campeonato: é possível que as condições climáticas tenham colaborado para o bom ritmo. "A sensação foi boa hoje e estou feliz com a estratégia", disse Leclerc. "Fui numa direção um pouco diferente em termos de acerto e acho que isso é bom para meu estilo de pilotagem. Vou ser cauteloso porque essa é uma pista muito específica. Espero que possamos confirmar isso nas próximas provas."

Sainz seguiu na mesma linha. Ele lembrou que a atualização que estreou em Barcelona visava melhorar o desempenho do carro em curvas de baixa velocidade e elas são maioria no Canadá. Então é um bom sinal em relação às novidades em si, mas não quer dizer que a Ferrari agora tem um carro forte também nas corridas.

Hamilton vê Aston na frente da Mercedes

Mais à frente, Alonso e Lewis Hamilton tiveram uma briga particular. O inglês passou o espanhol na largada, mas depois Alonso deu o troco. "Não diria que foi uma batalha dura. Ele era muito mais rápido que eu", disse Hamilton. "Eles trouxeram novidades em várias corridas e aqui também, e acho que estão um pouco à frente de nós. Meu carro não estava fácil de guiar. Até que a gente melhore a questão das curvas lentas, vai ser difícil chegar neles. Talvez em um circuito como Silverstone seja melhor."

Corrobora com a versão de Hamilton o fato de Alonso ter recebido vários pedidos para cuidar dos freios e levantar o pé antes das curvas, o que geralmente significa alto consumo de combustível. Ou seja, não foi uma corrida totalmente tranquila para a Aston Martin e, mesmo assim, Alonso conseguiu passar Hamilton na pista e não foi seriamente ameaçado no restante da prova.

Mas o nome do GP acabou sendo Alex Albon, que aproveitou o bom rendimento da Williams no Canadá. Ele largou em nono, fez uma estratégia de uma única parada, ao contrário dos rivais diretos, e ainda conseguiu resistir ao ataque primeiro de Russell, que abandonou com problemas, e depois de Ocon. O tailandês foi o sétimo colocado.