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Nem a chuva assusta o favorito Leclerc: o que esperar do GP de Mônaco de F1

Charles Leclerc, da Ferrari, durante a sessão classificatória para o GP de Mônaco - Ferrari
Charles Leclerc, da Ferrari, durante a sessão classificatória para o GP de Mônaco Imagem: Ferrari

Colunista do UOL

28/05/2022 14h21

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Chove ou não chove? Essa é a grande questão na cabeça dos pilotos para o GP de Mônaco, que tem largada às 10h da manhã, pelo horário de Brasília. Não que os favoritos da Ferrari se importem. O pole position Charles Leclerc esteve absoluto até aqui e lembrou que como a Scuderia andou bem na chuva em Imola, mesmo com os muros mais próximos no circuito de Monte Carlo, a água não o assusta.

Largando a seu lado na primeira fila, Carlos Sainz seguiu o mesmo discurso. "Chuva ou seco? Para mim, tanto faz", disse o espanhol, único piloto que acreditava ter alguma chance de bater Leclerc na definição do grid de largada. Ele acabou batendo no carro de Sergio Perez, que já estava no guard rail, com o cronômetro zerado na última parte da classificação, mas mesmo se completasse aquela volta, não largaria na frente porque o giro de Leclerc (que ele acabou não completando devido à bandeira vermelha) era mais rápido. "Estava sendo provavelmente a melhor volta da minha vida, parecia que ia bater em todas as curvas", disse um sorridente Leclerc.

Os ferraristas, de fato, têm motivos de sobra para sorrir. A Ferrari tem mostrado uma vantagem na tração, então a retomada de velocidade do carro é sempre muito boa. E isso é fundamental em um circuito como o de Mônaco. Eles também têm um carro mais maleável nas zebras, outra grande vantagem neste fim de semana. São duas qualidades que também vão ajudar na chuva, o que explica a confiança de Leclerc e Sainz.

Em terceiro, Sergio Perez vem se mostrando muito mais seguro com o carro do que o companheiro Max Verstappen, que ainda não se deu bem com a dianteira da Red Bull neste final de semana. Por conta disso, ele não vê grandes chances de se recuperar na corrida sob condições normais, e já sabe o que vai torcer para ver no domingo. "Acho que vou fazer uma dança da chuva porque largar em quarto não é o melhor. Eu vinha em uma boa volta mas acho que o máximo seria um segundo lugar porque o Charles estava imbatível. O carro está muito dianteiro, mudamos as configurações mas não conseguimos voltar para a mesma sensação que tive no primeiro treino livre", explicou o líder do mundial, com seis pontos de vantagem para Leclerc.

A Mercedes é outra equipe que não se encontrou. Eles não esperavam ter o mesmo desempenho de Barcelona em Mônaco, mas os problemas acabaram sendo maiores do que isso, como explicou George Russell, o sexto no grid. "O que melhorou em Barcelona foi a velocidade de reta e nas curvas de alta, e não tem nada disso aqui. O que dá para fazer é maximizar o resultado e sinto que fiz isso hoje com o sexto lugar. O nosso carro é muito duro para essa pista, não responde bem às zebras também, e nenhuma mudança que fizemos surtiu efeito."

O carro está tão difícil que Lewis Hamilton, que sai em oitavo, não tinha certeza se juntaria-se à dança da chuva de Verstappen. "O carro está ruim em tudo, tração, aderência, tudo", resumiu o heptacampeão.

A previsão era de muita chuva há alguns dias, mas tem mudado rapidamente nas últimas 48 horas. No momento, a previsão diz que choverá apenas pela manhã, e não na corrida, começa às 15h pelo horário local. Desde o final da classificação, nuvens carregadas estão estacionadas em cima do circuito.

Sem chuva, a expectativa é de uma corrida com uma parada. Mônaco já não é uma pista que força muito os pneus e a única certeza sobre o tempo é que as temperaturas estarão mais baixas do que em todo o final de semana, com as máximas perto dos 20 graus e tempo nublado.

Isso ajuda a preservar os pneus e também os carros: neste início de temporada, com os carros totalmente novos, temos visto até mesmo os times grandes tendo problemas de confiabilidade, que já geraram dois abandonos de Verstappen e um de Leclerc. E as altas temperaturas sempre são um fator de risco para quebras.