Renovação de Verstappen mostra confiança em projeto ambicioso da Red Bull

Max Verstappen e a Red Bull anunciaram a extensão do contrato do piloto holandês até o final de 2028. Com isso, ele se torna o piloto com o acordo mais extenso do grid da Fórmula 1. Os valores anuais não foram divulgados, porém, como se trata de uma renovação fechada logo após a conquista do título mundial, tudo indica para uma valorização substancial dos serviços de Verstappen. As especulações giram em torno de 40 a 50 milhões de euros anuais, ou seja, mais de 250 milhões de reais por ano.

O contrato é de três anos, começando a valer a partir de 2024, com a opção de renovação por mais dois. Isso significa que Verstappen aposta no sucesso de um projeto ambicioso da Red Bull de se tornar fornecedora de motores, brigando de igual para igual com gigantes do mercado automobilístico como Ferrari, Mercedes e Renault. A Red Bull já vai dar nome aos motores que usa a partir deste ano, mas eles na verdade são operados e foram desenvolvidos pela Honda. Como o desenvolvimento dos motores na Fórmula 1 estará congelado até o final de 2025, a unidade de potência feita pela própria Red Bull estreia em 2026, quando o contrato que Verstappen assinou ainda estará em vigor.

A equipe mantém conversas há meses com Porsche e poderia estabelecer uma parceria para a produção deste novo motor. Pode estar aí parte da confiança de Verstappen com o futuro da equipe que defende desde que substituiu o russo Daniil Kvyat após quatro corridas durante a temporada de 2016. Em sua estreia pela equipe, inclusive, Verstappen conquistou sua primeira vitória, no GP da Espanha, aos 18 anos.

Quanto aos valores, é de praxe na Fórmula 1 que eles não sejam divulgados. Desde o ano passado, circulavam rumores no paddock de que os Verstappen estavam negociando uma renovação muito lucrativa com a Red Bull, não apenas em termos de salários, mas de todo o pacote da marca Verstappen. Outro fator que inflaciona os vencimentos dos pilotos são resultados. É muito comum que os contratos tenham cláusulas com bônus por pódios, vitórias e títulos. Por isso, é difícil precisar um valor.

Do lado da Red Bull, um acordo com a Oracle, empresa do ramo de tecnologia que se tornou patrocinadora principal da equipe a partir deste ano, dá o suporte financeiro para que a equipe se comprometa com um acordo tão valioso. Muitas vezes não é a equipe em si que paga o piloto diretamente, mas sim seus parceiros. Sempre lembrando que a Fórmula 1 tem em vigor um teto orçamentário de 140 milhões de dólares por ano para as equipes, mas os salários dos pilotos e dos três membros mais bem pagos não entram nos cálculos, focados mais em manter os custos de produção e desenvolvimento dos carros sob controle.

O contrato não significa, necessariamente, que Verstappen ficará na Red Bull até o final de 2028, quando terá 31 anos. Os acordos da Fórmula 1 costumam ter as chamadas cláusulas de performance, que liberam um piloto para negociar com rivais se, em determinado momento no campeonato, a equipe não tiver atingido uma certa posição no campeonato. O contrato anterior de Verstappen, por exemplo, liberava-o para negociar se a Red Bull não estivesse pelo menos em terceiro lugar no início da segunda metade da temporada, como o próprio Christian Horner revelou há alguns anos.

Mas é claro que um acordo desta magnitude mostra a confiança de ambas as partes de que eles continuarão andando em um alto nível no longo prazo. Para efeito de comparação, o contrato mais longo do atual grid é de Lando Norris, que foi confirmado na McLaren algumas semanas atrás até o final de 2024. Esteban Ocon, Charles Leclerc e Valtteri Bottas têm acordos com Alpine, Ferrari e Alfa Romeo, respectivamente, até o final de 2024. Já o heptacampeão Lewis Hamilton assinou com a Mercedes até o final 2023, quando terá 38 anos.