Topo

Pole Position

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Hamilton crê que chuvas causaram "ondulação enorme" em curva famosa de Spa

Lewis Hamilton, da Mercedes, passa pela curva Eau Rouge em treino livre no GP da Bélgica - Daimler AG
Lewis Hamilton, da Mercedes, passa pela curva Eau Rouge em treino livre no GP da Bélgica Imagem: Daimler AG

Colunista do UOL

27/08/2021 13h16

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Após os primeiros treinos livres para o GP da Bélgica, em um dia em que Max Verstappen, com a Red Bull, foi o protagonista, fazendo o melhor tempo e depois batendo no final da segunda sessão, Lewis Hamilton notou que um trecho famoso da pista de Spa-Francorchamps está diferente: a curva Eau Rouge, uma das mais icônicas do mundo, ganhou uma "ondulação enorme", provavelmente causada pelas enchentes que aconteceram na região em julho deste ano.

Isso é uma preocupação, já que se trata de um trecho de altíssima velocidade: os pilotos passam por ali a 300km/h, em aceleração plena.

"Está muito ondulado agora na Eau Rouge. Alguma coisa está acontecendo", disse Hamilton, terceiro colocado nesta sexta-feira na Bélgica. "Eles meio que arruinaram a curva, seja o que for que aconteceu. Não sei se eles refizeram parte do asfalto ali, mas há uma ondulação enorme bem no ponto de compressão, que não tínhamos antes.

O ponto de compressão citado por Hamilton é a parte da curva em que o piloto sofre mais força da gravidade, que 'empurra' seu corpo para baixo justamente por conta das forças geradas pela velocidade com que os pilotos passam por aquele trecho. "É algo bem forte no corpo. Você sente nas costas. Mas tenho certeza de que vão arrumar isso. Acho que teve a ver com os deslizamentos de terra, a chuva, ou algo do tipo."

É algo que pode ser corrigido, mas não para este fim de semana. Na verdade, há uma modificação programada para ser feita na saída da Raidillon, que ganhará brita para que Spa possa receber competições de motovelocidade.

A sequência da Eau Rouge e Raidillon tem sido alvo de questionamentos no mundo do automobilismo devido à gravidade dos acidentes que acontecem naquele trecho. Nesta sexta-feira, seis pilotos se envolveram em uma batida de grandes proporções que paralisou a classificação da W Series. A organização da categoria afirmou que duas das envolvidas, Ayla Agren e Beitske Visser, foram levadas ao hospital.

No final de julho, outro acidente, com quatro carros de GT, também fez com que dois pilotos, Jack Aitken e Davide Rigon fossem parar no hospital.

É possível que a ondulação citada por Hamilton tenha contribuído de certa forma, mas o fato é que essa sequência de Eau Rouge e Raidillon sempre foi perigosa. Foi lá que o piloto francês Anthoine Hubert sofreu um acidente fatal em 2019, correndo pela F2, em batida no qual Juan Manuel Correa teve lesões sérias e correu o risco de ter a perna amputada. E no ano anterior o brasileiro Pietro Fittipaldi quebrou as pernas em etapa do Mundial de Endurance também após acidente no mesmo trecho.

Após a batida do final de julho, inclusive, o piloto britânico Callum Ilott, reserva da Ferrari e atual vice-campeão da F2, escreveu em seu Twitter que aquele trecho precisa passar por mudanças. "Algo precisa mudar naquela curva e eu estou surpreso que ainda não tenha mudado. Basta."