Topo

Pole Position

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Fórmula 1 revela prejuízo de mais de R$ 2 bilhões com a pandemia em 2020

Grid da Fórmula 1 minutos antes da largada do GP da Rússia 2020 - Clive Mason - Formula 1/via Getty Images
Grid da Fórmula 1 minutos antes da largada do GP da Rússia 2020 Imagem: Clive Mason - Formula 1/via Getty Images

Colunista do UOL

26/02/2021 11h52

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Mesmo sendo um dos primeiros campeonatos internacionais a voltarem a competir durante a pandemia, ainda no início de julho do ano passado, e após ter conseguido fazer 17 das 22 etapas programadas para 2020, a Fórmula 1 não escapou de um prejuízo de 386 milhões de dólares, o equivalente a mais de 2 bilhões de reais.

Os resultados financeiros de 2020 Liberty Media, que detém os direitos comerciais da categoria, revelam uma queda de 41% na receita da F1 em comparação com 2019. Foi uma diminuição de 2,022 bilhões de dólares para 1,145 bilhão. E o lucro operacional, ou seja, depois que parte da receita é repassada para as equipes, foi de 17 milhões de dólares em 2019 e se tornou um prejuízo de 386 milhões em 2020.

Isso inclui uma queda importante justamente nestes pagamentos que a Liberty Media repassa para as equipes: o montante total distribuído caiu de 1.012 bilhão em 2019, sempre na moeda norte-americana, para 711 milhões em 2020.

A forte influência negativa da pandemia na F1 tem a ver diretamente com o fato de a grande maioria das 17 provas ter sido realizada sem a presença de público. Isso afetou a receita vinda da venda de ingressos VIP e inviabilizou os contratos existentes com os promotores das provas, já que eles não podiam arcar com as taxas milionárias - que costumam ir de 20 a 60 milhões de dólares, dependendo do contrato - que a F1 costuma cobrar.

É por isso que a grande queda na receita em 2020 foi justamente dessas taxas de promoção, que respondiam por 30% de todos os ganhos do campeonato e caíram para apenas 12% em 2020.

Por outro lado, os números da participação nos ganhos dos contratos de TV comprovam que a tática de se esforçar para ter um campeonato com pelo menos 15 etapas (garantindo, assim, que os acordos vigentes continuassem válidos) deu certo: o dinheiro vindo dos contratos de TV foi 55% de tudo o que a F1 faturou, contra 38% em 2019.

A participação da receita de publicidade e patrocínio no total da receita aumentou ligeiramente, de 15% para 17%, o que indica que também houve uma queda no volume total de patrocínios. Isso aconteceu justamente porque as ativações de marca em setores VIP não puderam ser feitas pela falta de acesso do público.

Ao mesmo tempo, a Liberty lembrou que concentrar as etapas do campeonato principalmente na Europa e com uma operação reduzida ajudou a diminuir o prejuízo, já que os gastos foram bem menores do que na temporada 2019, que teve 21 etapas espalhadas por quatro continentes.

Para 2021, a categoria planeja fazer a maior temporada de sua história, com 23 provas, começando dia 28 de março, com o GP do Bahrein.