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Mercedes dominou, mas também errou feio durante a temporada 2020 da F1

O pitstop desastroso George Russell no GP de Sakhir - Mark Thompson/Getty Images
O pitstop desastroso George Russell no GP de Sakhir Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Colunista do UOL

24/12/2020 04h00

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A temporada 2020 da Fórmula 1 ficou marcada por um domínio absoluto da Mercedes, que quebrou os recordes de títulos consecutivos na categoria, chegando ao heptacampeonato. É o domínio mais longevo já visto na história e que não dá sinais de que vai acabar, pelo menos, no ano que vem, quando as regras ficam relativamente estáveis. Mas isso não quer dizer que a equipe do também heptacampeão Lewis Hamilton foi perfeita. O time cometeu erros operacionais até básicos e mostrou aos rivais que também tem pontos fracos.

Os pneus de um piloto foram colocados no carro do outro

Um dos erros mais básicos de 2020 foi cometido justamente pelo time que dominou a temporada. No GP de Sakhir, os pneus de Valtteri Bottas foram colocados no carro de George Russell, que naquela corrida substituía Lewis Hamilton. Isso aconteceu porque Russell falou no rádio na mesma hora que os mecânicos de seu lado da garagem recebiam a mensagem para deixarem os pneus prontos. Uma mensagem acabou se sobrepondo à outra, e os mecânicos não ouviram o pedido e não aprontaram os pneus. Outros times têm sistemas que previnem que isso aconteça.

Time chamou Hamilton com os boxes fechados

hamilton punição - Steve Etherington/Mercedes - Steve Etherington/Mercedes
Lewis Hamilton cumpre punição durante o GP da Itália
Imagem: Steve Etherington/Mercedes

Outro erro de procedimento que surpreendeu os rivais aconteceu no GP da Itália, quando Lewis Hamilton foi chamado aos boxes quando eles estavam fechados. A sinalização disso é dada em um painel na pista, que o piloto não viu, mas a grande falha é dos engenheiros, que não se atentaram a uma comunicação da direção de prova, que aparece na tela de todos. Essas comunicações geralmente desencadeiam algum tipo de alerta automático programado pelas equipes, mas a Mercedes não tinha um alerta feito especificamente para a mensagem de pitlane fechado. Então nem os engenheiros da pista, nem as dezenas que acompanham a corrida na fábrica, perceberam o erro. Hamilton foi punido e caiu para último.

Time concordou com procedimento errado de Hamilton

Quando o piloto disse que não faria seus ensaios de largada na posição determinada pela FIA e pararia mais à frente, no GP da Rússia, a equipe não soube dizer a ele se isso era permitido ou não, embora as instruções fossem claras de que havia só uma pequena área (à direita do pitlane e antes da linha que determina o fim dos boxes) em que isso podia ser feito. Hamilton ensaiou largadas no lugar errado por duas vezes, e levou uma punição dupla na corrida.

Carro sofreu muito com a turbulência

Isso não é nenhuma novidade para a Mercedes, mas ficou claro mais uma vez em 2020: todos os carros se comportam melhor quando estão de cara para o vento, sem enfrentar a turbulência dos rivais, mas o Mercedes parece sofrer até mais. Uma das explicações é o fato de o carro geralmente ser acertado com mais asa do que os demais e, portanto, tem menos velocidade nas retas. A equipe prefere isso porque sabe que, na grande maioria das vezes, vai largar na ponta, mas quando se vê no meio do trânsito, como Bottas na Itália e em Sakhir, sofre um pouco mais.

pitstop - Steve Etherington/Mercedes - Steve Etherington/Mercedes
Lewis Hamilton faz pitstop durante GP dos 70 Anos, em Silverstone
Imagem: Steve Etherington/Mercedes

Pit stops não estiveram entre os melhores

Também não é uma novidade, mas é algo que pode começar a custar caro com o crescimento da Red Bull. Isso porque o time de Max Verstappen é, disparado, o melhor da F1 no quesito, fazendo, consistentemente, paradas abaixo de 2s, algo que é raro para a Mercedes. Isso dá confiança para o time ousar em estratégias, como fez na vitória de Verstappen no GP dos 70 Anos.