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Grosjean desiste de disputar GP final da F1 e Fittipaldi corre em Abu Dhabi

Grosjean conversa com o médico Ian Roberts (dir) e o piloto do carro médico Alan van der Merwe -  Andy Hone / LAT Images
Grosjean conversa com o médico Ian Roberts (dir) e o piloto do carro médico Alan van der Merwe Imagem: Andy Hone / LAT Images

Colunista do UOL

06/12/2020 08h13

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A equipe Haas anunciou que o francês Romain Grosjean decidiu voltar para casa, na Suíça, para continuar o tratamento nas queimaduras nas mãos que sofreu durante terrível acidente no GP do Bahrein, no domingo passado. O time norte-americano afirmou também que o brasileiro Pietro Fittipaldi seguirá no carro do francês no GP de Abu Dhabi, que será disputado já no próximo domingo e encerra a temporada. Fittipaldi está substituindo Grosjean neste domingo, no GP de Sakhir.

Como o contrato de Grosjean não havia sido renovado, isso significa que o acidente marca o fim da carreira do francês na Fórmula 1. O piloto afirmou que tentou de tudo para tentar recuperar-se rapidamente, "mas o risco de correr é muito grande para a minha recuperação e minha saúde. Então a decisão é de que não vou correr. É uma das decisões mais difíceis da minha vida, mas obviamente uma das mais sábias. Vou sentir falta da equipe, mas vou apoiá-los como sempre."

Em entrevista concedida na sexta-feira, Grosjean já indicava que daria prioridade a sua recuperação ao invés de forçar um retorno apressado, mesmo que quisesse terminar a carreira da Fórmula 1 na pista, e não escapando de um acidente. "Tenho que pensar que tenho pelo menos mais uns 60 anos pela frente e vou precisar que minha mão esteja funcionando normalmente."

Grosjean também já vinha deixando em aberto a possibilidade de pelo menos fazer um teste privado com um carro de Fórmula 1 no futuro para que o acidente não seja sua última memória no carro. Toto Wolff inclusive disse que, se possível, a Mercedes poderia realizar o desejo do piloto. "Se nos for permitido fazer isso e se ninguém dentro do universo de equipes dele puder dar essa oportunidade, nós o faríamos."

A carreira de Grosjean na F1 teve três partes: ele estreou no lugar de Nelsinho Piquet no meio de 2009 e foi muito mal, perdendo o lugar no final daquele ano. Chegou a voltar para a GP2, atual Fórmula 2, antes de conseguir uma rara segunda chance na Fórmula 1. Primeiro ele voltou como piloto de testes, em 2011, e foi efetivado na Lotus em 2012. Com um carro bom e tendo Kimi Raikkonen como companheiro, conseguiu 10 pódios, ao mesmo tempo que ficou famoso por causar acidentes, especialmente em primeiras voltas. O mais impressionante foi no GP da Bélgica de 2012, que fez ele ser banido por uma corrida.

O time foi ficando sem dinheiro e caindo de produção, e Grosjean apostou no projeto de uma equipe totalmente nova, a Haas, em 2016. A confiança depositada no time acabou sendo importante para que ele tenha ficado por cinco temporadas no time norte-americano, mesmo sendo bastante questionado, embora tenha sido o piloto da Haas que mais pontuou em 2016, 2017 e neste ano, tendo perdido o duelo interno para Kevin Magnussen em 2018 e 2019.

Antes do acidente, Grosjean chegou a cogitar uma transferência para a Indy ano que vem, mas reconhece que está considerando outras opções. Seu foco agora será recuperar-se totalmente das queimaduras que teve quando teve de colocar as mãos no fogo para conseguir sair do carro durante o acidente.