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Após venda, GP da Itália será último da família Williams à frente da equipe

George Russell, da Williams, durante o Q1 do treino classificatório para o GP da Hungria - Pool/2020 Pool
George Russell, da Williams, durante o Q1 do treino classificatório para o GP da Hungria Imagem: Pool/2020 Pool

Colunista do UOL

03/09/2020 08h16

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A Williams anunciou que o GP da Itália, neste final de semana, será o último da família à frente da equipe criada por Frank Williams em 1977. Com isso, encerra-se uma história de 43 anos e 739 GPs de uma das equipes mais vitoriosas da história da categoria, embora o nome do time deva ser mantido. Este é o primeiro passo após a confirmação da venda do time, no mês passado, para um fundo de investimentos norte-americano, o Dorilton Capital.

"Com o futuro da equipe agora assegurado, este parece ser o momento adequado para nos afastarmos do esporte. Enquanto família, sempre demos prioridade à Williams. Demonstramos isso com as nossas últimas ações com o processo estratégico e acreditamos que, agora, é o momento certo para entregar as rédeas e dar aos novos donos a oportunidade de assumir a equipe", disse Claire Williams, que vinha atuando como chefe da equipe. Claire é filha do fundador Frank, que também se afasta.

"Estamos neste esporte há mais de quatro décadas", lembrou Claire. "Temos muito orgulho da nossa história e do legado que deixamos para trás. Sempre o fizemos por amor, pelo puro prazer de fazer automobilismo, então esta não é uma decisão que tomamos levianamente, mas depois de muita reflexão e como uma família. Agradecemos muito o incentivo da Dorilton para continuarmos, mas sabemos que a equipe estará em boas mãos com eles e o nome Williams seguirá no grid. Este pode ser o fim de uma era para a Williams como uma equipe familiar, mas é o início de uma nova era para a Williams Racing e desejamos a eles muito sucesso no futuro. Em nome de Frank e da família Williams, gostaria de dizer o quão incrivelmente gratos estamos pelo apoio que recebemos ao longo dos anos, seja nossos amigos no paddock, seja dos muitos fãs ao redor do mundo. Mas, principalmente gostaríamos de agradecer a nossa equipe. Pessoas que trabalharam na Williams no passado e no presente. Eles são os verdadeiros guerreiros desta equipe e fizeram dela o que é."

Do lado da Dorilton Capital, empresa que se notabilizou por fazer investimentos de longo prazo e que conta com dirigentes grandes admiradores do automobilismo, o presidente Matthew Savage, que agora também é presidente da Williams Grand Prix Engineering, disse respeitar a decisão de Claire e da família de se afastarem da equipe neste momento. "A conquista de Claire em sustentar a herança, a relevância e o compromisso da Williams Racing com a inovação em um ambiente difícil desde que assumiu o comando em 2013 foi monumental. Ela também foi extremamente importante na formação de um ambiente técnico e financeiro mais nivelado para a F1, o que ajudará a garantir o o retorno da equipe à frente do grid nas próximas temporadas. Estamos orgulhosos de levar o nome Williams para a próxima fase emocionante do esporte e agradecemos a Sir Frank, Claire e a família Williams pela oportunidade de fazer parte desta grande marca britânica."

Apesar das dificuldades financeiras pelas quais a Williams passou nos últimos anos, especialmente depois que a patrocinadora RoKit deu calote no valor de mais de 150 milhões de reais neste ano, obrigando o time a mudar as cores do carro às vésperas do início da temporada, a venda foi lucrativa para a família Williams, que ficou com mais de um bilhão de reais com o negócio.

Depois de nove títulos de equipes nos anos 1980 e 1990, a Williams vem enfrentando um momento complicado em sua história, tendo amargado a última colocação nos dois últimos campeonatos. Embora o rendimento do carro tenha melhorado em 2020, o time ainda não pontuou nas sete primeiras corridas da temporada.