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Instituto Tandara dá calote, e time que contratou Jaqueline fecha as portas

Durou um jogo a volta da bicampeã olímpica Jaqueline ao vôlei como atleta do Campinas Vôlei. O clube, fundado pela jogadora Tandara, não pagou salários para o elenco e desistiu de disputar a Superliga C, terceira divisão nacional, primeiro passo para tentar chegar à elite no ano que vem. Sem ter o que jogar, a equipe deixa de existir.

Apesar do nome fantasia "Campinas Vôlei", o clube foi inscrito na Federação Paulista de Vôlei como sendo do Instituto Tandara Caixeta, administrado por Cleber de Oliveira, marido da oposta, que está suspensa do vôlei até 2025 por doping. Nas redes sociais, ele se apresenta como "presidente e gestor" do Campinas Vôlei. Procurado pela reportagem, não respondeu.

O plano era levar o time rapidamente até a Superliga A, e para tanto foi montada uma equipe de respeito. Jaqueline deixou a aposentadoria para ser a estrela da equipe, que também contratou, entre outras, a levantadora Fabíola, a ponteira Mari Paraíba e a central Saraelen, todas com passagens pela seleção. Marcos Kwiek, técnico da seleção de Republica Dominicana, assumiu como coordenador, e o irmão dele, Fabiano Kwiek, como treinador.

Na apresentação, Cleber chegou a falar em ser campeão mundial. "O projeto é discutido há muito tempo e vem sendo estruturado com muita ambição. Montamos uma comissão técnica com bagagem na seleção brasileira e jogadoras escolhidas a dedo. Fizemos um cronograma e queremos conquistar o título mundial em quatro temporadas", disse.

Ainda em formação, a equipe chegou a brigar por um lugar na semifinal do Campeonato Paulista, mas perdeu o jogo contra o Barueri que valia o quarto lugar da fase de classificação. A partida, diante de cerca de cinco mil torcedores no ginásio do Clube Concórdia, marcou o retorno de Jaqueline ao vôlei após mais de dois anos sem atuar.

Mas o time não conseguiu patrocinadores e o Instituto Tandara Caixeta não honrou os salários combinados. Mari Paraíba foi a primeira a sair e, enquanto se esperava que outras atletas anunciassem o mesmo, a CBV divulgou a lista de participantes da Superliga C já sem a presença do Campinas.

A competição vai contar com a participação de 28 equipes, e a expectativa era que o Campinas aparecesse na chave que será jogada em Pinhalzinho (SC), com a participação do time da casa, do Caçador, também de Santa Catarina, e do Renasce Sorocaba (SP). Sem a equipe de Tandara, o grupo será o único com apenas três times. O campeão vai à Superliga B, essa sim divisão de acesso à A.

O torneio terá a participação de dois clubes "de camisa", como são conhecidos aqueles que são fortes no futebol: Ceará e Sport.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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