Milly Lacombe

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Vasco inaugura novos níveis de constrangimento em São Januário

O Vasco foi goleado por quatro a zero pelo Criciúma dentro de sua casa com o estádio lotado. O resultado é bastante ruim, mas não é exatamente ele que dá o tamanho do constrangimento. O Criciúma jogou de cabeça erguida, tocou a bola e foi construindo o placar com dignidade e justiça. O Vasco perdeu um penalti quando poderia ainda ter empatado o jogo, só que seria preciso ver tudo o que aconteceu para compreender o buraco emocional e o constrangimento.

O que faz a gente entender o tamanho do vexame, mais do que o placar, é a postura do time: apático, derrotado, atrapalhado, atordoado, paralisado, desconectado, desligado, entristecido, apequenado, estagnado, atarantado, desnorteado, estonteado.

A torcida vascaína não aguenta mais tantos maltratos.

Por que o time estava absolutamente desestruturado em campo não sabemos ainda. Mas, a despeito do que se viu no jogo, seria preciso voltar a raiva para quem a merece de fato: a SAF gringa, os caras do setor financeiro que não entendem patavinas de futebol mas acharam bacana comprar um time no Brasil.

Canalizem também para os vascaínos poderosos que votaram para o clube ser vendido.

Pode ser também para o presidente que, verdade, pouca coisa pode fazer dado que o poder integral é da SAF mas que, quando age, age contratando o publicitário de Jair Bolsonaro, ignorando a história de lutas sociais dessa camisa. O Vasco está se afastando de suas raízes e isso sempre custa muito caro.

Uma tarde trágica para o Vasco. Trágica para quem ama essa camisa tão pesada. Trágica para quem se solidariza com anos de negligências e pouco caso. Para a 777, a dona do Vasco com sede em Miami, nem tanto. O negócio dela é o sistema financeiro - e com esse tudo vai bem.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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