Topo

Olhar Olímpico

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Risco para Tóquio, covid faz brasileiros serem cortados de dois Mundiais

Silvana Lima se concentra antes de entrar no mar em etapa do mundial de 2008 - Ezra Shaw/Getty Images
Silvana Lima se concentra antes de entrar no mar em etapa do mundial de 2008 Imagem: Ezra Shaw/Getty Images

31/05/2021 15h59

Em apenas dois dias, o esporte brasileiro viu dois atletas com chances reais de medalhas serem impedidos de disputar os Campeonatos Mundiais das respectivas modalidades por terem testado positivo para a covid. Silvana Lima está fora do ISA Games, mundial amador de surfe, e Daniel Cargnin foi cortado de última hora do Mundial de Judô.

É enorme a preocupação que situações assim ocorram nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Atletas testem positivo durante o período anterior à competição, no Brasil ou já no Japão, e acabem impedidos de competir. Silvana e Cargnin são duas das esperanças do Time Brasil na Olimpíada, em duas modalidades tratadas como "carro chefe" do esporte nacional.

No caso de Silvana, ela testou positivo já em El Salvador, onde todos os participantes do ISA Games foram submetidos a uma rodada de testes. No total, 28 pessoas testaram positivo, mas alguns resultados foram considerados inconclusivos, inclusive da brasileira. Ela foi isolada, testou de novo, e o segundo exame, cujo resultado foi revelado ontem (30), confirmou a contaminação. De acordo com a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurfe), ela passa bem.

Hoje (31), a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) anunciou uma baixa na equipe que disputa o Mundial em Budapeste (Hungria) a partir do próximo domingo. Daniel testou positivo para a covid no protocolo pré-viagem estabelecido pela Federação Internacional de Judô (IJF). Segundo a CBJ, ele passa bem e cumpre o isolamento em Porto Alegre (RS), onde mora, sendo monitorado pelo departamento médico da CBJ e da Sogipa, seu clube.

A ausência no Mundial não vai impedir Cargnin de se classificar para Tóquio como melhor brasileiro da categoria até 66kg, mas tira dele a possibilidade de ser um dos cabeças da chave na Olimpíada — atualmente ele é o nono do ranking, considerando descartes, e teria que subir ao menos uma posição. Os oito primeiros têm chave privilegiada e só se cruzam a partir das quartas de final.

Como não haveria tempo de realizar os protocolos e levar outro atleta da categoria até 66kg, a CBJ optou por convocar para a vaga dele o judoca Guilherme Schimidt, da categoria até 90kg. Nessa subdivisão o Brasil corre sério risco de não conseguir classificar nenhum atleta para Tóquio. No Mundial, além de Schimidt, o país terá Eduardo Yudy Santos buscando a vaga.