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Olhar Olímpico

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Everaldo narra título, mas revezamento chega em 2º e é desclassificado

Alison Santos comemora a medalha de ouro nos 400 m com barreiras do Pan -  Pedro Ramos / rededoesporte.gov.br
Alison Santos comemora a medalha de ouro nos 400 m com barreiras do Pan Imagem: Pedro Ramos / rededoesporte.gov.br

02/05/2021 14h38

O narrador Everaldo Marques, do SporTV, se confundiu com o resultado da pista e narrou o bicampeonato mundial do Brasil no 4x100m no Mundial de Revezamentos, quando a equipe havia completado em segundo lugar. Depois, festejou a prata, mas a medalha também não ficou com o Brasil.

Paulo André Camilo pegou o bastão para a última curva em primeiro lugar, mas foi ultrapassado literalmente na passada final pelo sul-africano Akami Simbine, que chegou um centésimo à frente. O desempenho deveria dar a prata ao Brasil, mas uma revisão de vídeo mostrou que um brasileiro pisou fora da raia, o que eliminou a equipe. Itália e Japão completaram o pódio. A equipe já estava classificada à Olimpíada pelo resultado do Mundial de Atletismo de 2019.

Foi a segunda desclassificação do Brasil, a segunda frustração, em menos de 24 horas. Ontem (1) o 4x100m feminino do Brasil completou com o melhor tempo a sua série eliminatória, comemorou a vaga olímpica, mas foi desclassificado porque Ana Carolina Azevedo pisou na linha ao receber o bastão. Com isso, o Brasil ficou sem vaga olímpica e agora vai depender do concorrido ranking mundial. Em 2019, no Mundial de Atletismo, essa mesma equipe já havia passado pelo mesmo: comorado vaga olímpica, e depois sido eliminada por pisão na linha.

Mas o Mundial de Revezamentos não foi só frustrações. A equipe de 4x400m misto, prova que agora também é olímpica, faturou a prata depois de um desempenho fantástico do Alison dos Santos, garoto que lidera o ranking mundial dos 400m com barreiras e está se arriscando nos 400m rasos por causa desse revezamento.

Alison, que tem apenas 20 anos e foi finalista do Mundial de 2019 nos 400m com barreiras, assumiu o bastão no quinto lugar, ultrapassou dois rivais antes da última curva e, em um final emocionante, ultrapassou por centímetros o representante da República Dominicana. A equipe teve Anderson Henriques abrindo muito bem, entregando em primeiro, uma perna muito boa da também jovem Tiffani Marinho, de 21 anos, e um desempenho regular da veteraníssima Geisa Coutinho, de 40 anos.

A medalha na prova de hoje (2) não significa, porém, que o Brasil chega à Olimpíada como candidato a medalha. Países com tradição no atletismo, como Estados Unidos, Canadá e Jamaica, não enviaram equipes para esse Mundial, diante do aumento de casos de covid na Polônia. A Índia não conseguiu chegar à Europa, enquanto Bélgica e Bahrein, finalistas no Mundial de Atletismo 2019 e já classificados para a Olimpíada, não competiram.

Como comparação, a medalha de prata do Brasil hoje veio com 3min17s54. Os EUA ganharam o Mundial de 2019 com 3min09s. Jamaica, Grã-Bretanha, Bahrein e Polônia correram aquela competição entre 3min11s e 3min12s, muito à frente, portanto, do que fez o Brasil na Polônia.