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Olhar Olímpico

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Etiene não faz índice para Olimpíada e agora depende do revezamento

Etiene Medeiros no aquecimento da seletiva olímpica - Satiro Sodré/SSPress/CBDA
Etiene Medeiros no aquecimento da seletiva olímpica Imagem: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

24/04/2021 20h33

Mais vitoriosa nadadora brasileira da história, Etiene Medeiros não conseguiu classificação para nadar os Jogos Olímpicos de Tóquio em nenhuma prova individual. E, na tentativa de fazer índice para os 100m costas durante o revezamento 4x100m medley, cansou demais e acabou prejudicando todo o restante da equipe, que ficou fora de Tóquio por causa do péssimo desempenho dela.

Etiente, que é grupo de risco da covid e por isso recusou participar da Missão Europa, no ano passado, em Portugal, não fez uma boa participação na Seletiva Olímpica, que está sendo realizada no Rio, e agora depende de classificação do revezamento 4x100m livre, que fará tomada de tempo amanhã (24) cedo. Mesmo que uma boa marca seja registrada, a equipe só saberá no fim de maio se terá vaga em Tóquio.

No 50m livre, prova em que Etiene foi finalista olímpica no Rio, a pernambucana sequer venceu a seletiva brasileira, hoje (23). Ela teve a melhor largada, mas terminou na segunda colocação, com 24s90, atrás de Lorrane Oliveira, que venceu com 24s84. O índice exigido pela Federação Internacional de Natação é 24s77.

No primeiro dia da seletiva, na segunda-feira, Etiene até venceu os 100m costas, mas com uma marca aquém do índice: 1min01s37. Depois, ontem, nos 100m livre, ela ficou apenas no quarto lugar. A pernambucana é especialista nos 50m costas, prova que não é disputada nos Jogos Olímpicos.

Etiene, como todas as outras principais velocistas da natação feminina brasileira, passou então a depender dos revezamentos femininos, que não foram enviados pela CBDA ao Mundial de 2019, onde estavam em jogo 12 vagas em Tóquio. Outras quatro serão definidas em uma espécie de repescagem, com os melhores tempos do ranking mundial de 2019 até o fim de maio, tirando, naturalmente, os países já classificados.

As equipes brasileiras estão fazendo tomadas de tempo durante a seletiva. Sem Etiene, o 4x200m livre fez boa marca na quinta e agora está em segundo lugar desse ranking. Fica aguardando o Campeonato Europeu, em maio, onde outras equipes podem ultrapassar o time brasileiro.

Hoje Etiene foi escalada para abrir o 4x100m medley, prova que começa com o nado costas. A pernambucana passou forte os primeiros 50 metros, em busca do índice olímpico individual para os 100m costas, e cansou na volta. Acostumada a nadar na casa de 1min00s e 1min01s (tem 35 resultados assim), entregou em 1min03s89.

Giovanna Diamante, Jhennifer Conceição e Larissa Oliveira até tentaram recuperar o tempo perdido, mas completaram em 4min04s33, a um segundo da liderança do ranking. Se Etiene tivesse repetido o que fez sem esforço nas eliminatórias dos 100m costas, 1min01s37, o Brasil muito provavelmente iria para Tóquio, colocando um minuto e meio de folga sobre os demais concorrentes. Agora, por causa do mal desempenho de Etiene, está em sexto na repescagem e depende de improváveis desistências.

Amanhã será a tomada de tempo do 4x100m livre, novamente com a participação de Etiene Medeiros. O time terá Larissa Oliveira, Ana Carolina Vieira e a adolescente Stephanie Balduccini, de 16 anos. Também amanhã cedo acontece a tomada de tempo do 4x100m medley, com Guilherme Basseto (costas), Felipe Lima (peito), Giovanna Diamante (borboleta) e Larissa Oliveira (cralw). Essa equipe foi formada a partir da melhor soma de tempos possíveis entre dois homens e duas mulheres nos quatro nados do medley. Pelo desempenho ruim no Maria Lenk, Etiene ficou de fora.