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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Corinthians caiu na Libertadores com a cabeça no dérbi de sábado

Renato Augusto, Giuliano e demais jogadores do Corinthians após eliminação da Libertadores - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Renato Augusto, Giuliano e demais jogadores do Corinthians após eliminação da Libertadores Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

10/08/2022 04h30

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O Corinthians que foi a campo ontem contra o Flamengo era o melhor Corinthians possível na cabeça de seu treinador? Possivelmente sim, mas com uma "pequena" ressalva. Era o melhor Corinthians possível considerando que no sábado tem um jogo muito mais crucial, contra o Palmeiras, pelo Brasileiro. Uma escalação condicionou a outra.

Vítor Pereira tem variado muito as escalações desde que chegou ao Corinthians, tentando se adaptar a algo que ele não conhecia: o brutal calendário do futebol brasileiro. Assim, é difícil saber qual é, para ele, a melhor formação, quem são os melhores jogadores. O português nunca mostrou falta de coragem na hora de tomar decisões pragmáticas. Exemplo: o Corinthians que entrou em campo (e levou uma paulada) contra o Palmeiras no primeiro turno estava desfigurado. Falou-se em gripe, etc, etc, etc, mas a real é que no meio da semana seguinte havia um jogo crucial de Libertadores contra o Boca Juniors.

O Corinthians sabia que seria quase impossível reverter a eliminatória contra o Flamengo, com ou sem os melhores jogadores disponíveis em campo. Apesar de não ser possível "abandonar" a Libertadores, pelo peso do torneio, do duelo e do próprio clube, é claro que o jogo de sábado, em Itaquera, é mais transcendental.

Se ganhar do Palmeiras, o Corinthians encosta na liderança e pode se dar o luxo de sonhar - além, claro, de derrotar o maior rival e fazer a torcida esquecer rapidamente da eliminação sul-americana (como esqueceu a derrota no dérbi de meses atrás ao ganhar do Boca).

Está claro que Vítor Pereira vai escalar um time titular com cinco ou seis jogadores diferentes do 11 inicial de ontem. Ou vocês acham que Balbuena, por exemplo, ficará no banco contra o Palmeiras? Piton, Gustavo Mosquito e o próprio Cantillo, que vinha sendo titular, são outros jogadores que VP pode utilizar desde o início no sábado. Podemos até discutir se as escolhas deles são as melhores, mas o ponto não é esse. O ponto é que, na cabeça dele, Piton, por exemplo, está à frente de Fábio Santos. O reserva jogou no Maracanã, o titular estará no Brasileirão.

Que VP tenha misturado os planos ontem não quer dizer que tenha abandonado a Libertadores. Pelo contrário, o Corinthians fez um bom jogo e em vários momentos incomodou o Flamengo. Até, claro, levar o gol, desmoronar e virar presa fácil. Mas a eliminação, até porque o Flamengo não se mostrou muito interessado em humilhar, acabou sendo marcada pela dignidade e pela capacidade de o Corinthians competir.

Era o que Vítor Pereira precisava. Sair do Maracanã com a cabeça erguida, para ter condições até psicológicas de enfrentar o Palmeiras (e, depois, tentar reverter a eliminatória contra o Atlético-GO). O time escolhido foi capaz de cumprir a missão. Mas o melhor time que o Corinthians tem para colocar em campo, pelo menos na cabeça de seu treinador, só veremos mesmo no sábado.