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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Gomes: Atuação do Atlético preocupa mais que o tropeço em Chapecó

Ignacio, da Chapecoense disputa lance com Hulk, do Atlético-MG - Dinho Zanotto/AGIF
Ignacio, da Chapecoense disputa lance com Hulk, do Atlético-MG Imagem: Dinho Zanotto/AGIF

06/10/2021 20h59

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O Campeonato Brasileiro já não é mais aquela competição tão equilibrada com a qual nos habituamos. Há, sim, desnível. Elencos como os de Flamengo, Palmeiras e Atlético são nitidamente superiores. O abismo começa a aparecer com mais clareza entre o topo e o fim da tabela. Mas, mesmo assim, ele continua sendo o mais traiçoeiro dos campeonatos.

Há muitas camisas pesadas e muitos campos complicados, arbitragens ruins, distâncias enormes, viagens longas, pouco tempo entre um jogo e outro. Sem contar as famosas datas Fifa.

São poucos os lugares do mundo em que o último pode efetivamente complicar o primeiro. A Chapecoense fez um jogo muito digno - mais um - e complicou o Atlético Mineiro, todo-poderoso líder do campeonato, que tem nas mãos uma chance de ouro para quebrar o jejum de 50 anos sem um título brasileiro. O empate por 2 a 2 faz com que o Galo deixe quatro pontos pelo caminho contra o time mais fraco da Série A - o primeiro turno também teve empate, por 1 a 1.

Mais preocupante do que o resultado, sem dúvida, foi a atuação do Galo. O time parou no Palmeiras, na Libertadores, teve dificuldades enormes para ganhar do Inter, no último sábado, e, nesta quarta, parou em Chapecó. Sempre com dificuldades para criar, para impor volume e pressão.

O resultado é ruim, é péssimo. Mas o Atlético ainda tem gordura para queimar. O problema mesmo é que o resultado foi consequência de um jogo muito pobre do Galo, pouco inspirado, pouco inventivo.

De fato, se pararmos para pensar, o Atlético "achou" muitas vitórias no primeiro turno em jogos parecidos com este. Gols no fim, Hulk resolvendo, uma sorte aqui, outra ali. Hoje, não teve gol no fim, sorte e nem Hulk.

Aliás, esta é uma chave para o fim de temporada do Galo. Hulk foi "achado" pelos adversários, que agora colocam mais gente para não permitir que o atacante faça o estrago que vinha fazendo. Cabe a ele se "achar". Hulk perdeu pênalti contra o Palmeiras e, em Chapecó, depois de jogar mal, teve a grande chance da vitória dentro da área, aos 52min do segundo tempo. Chutou por cima.

A queda de rendimento de Hulk é preocupante, assim como a falta de alternativas ofensivas para o Atlético, que irá enfrentar retrancas e times fechados em todos os jogos daqui para frente.

Hulk colocou a culpa no cansaço e no campo pesado. Ele tem um ponto, o Atlético não poupa ninguém e ele gosta de jogar todas as partidas. Talvez seja o caso de tirar Hulk de alguma partida para ele recarregar as baterias. Veremos como Cuca vai trabalhar nas próximas rodadas.