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Julio Gomes

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Dudu mostra que pode ser o jogador 'diferente' do Palmeiras na temporada

Abel Ferreira passa instruções a Dudu e Rony em Palmeiras x São Paulo pela Libertadores - VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
Abel Ferreira passa instruções a Dudu e Rony em Palmeiras x São Paulo pela Libertadores Imagem: VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

18/08/2021 08h13

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O Flamengo tem Gabigol e Arrascaeta. O Atlético tem Hulk e Nacho. E o Palmeiras? Bem, o Palmeiras tem Rony. Que muitos dirão (inclusive eu) que não o nível dos outros citados. Quer mais que Rony? Que tal um velho conhecido? Que tal Dudu?

Muitos analisam que o Palmeiras tinha dois problemas com Abel Ferreira, em comparação aos principais concorrentes. Primeiro, pouco jogo ofensivo, muito jogo reativo. Segundo, a falta de um jogador para decidir, a falta da individualidade, do lampejo para desamarrar encrencas.

O Palmeiras sai da eliminatória contra o São Paulo com respostas claras e contundentes aos dois problemas.

Já sabemos que Abel é mais adepto do jogo de contra ataque. Mas também já sabemos que o Palmeiras não é um time de um jeito só de jogar. Contra o São Paulo, o Palmeiras foi agressivo, exerceu marcação alta e foi dominante contra um adversário que não é tão fraco como muitos estão pintando. É possível, sim, ver um Palmeiras que jogue bola, que jogue para frente, que não tenha ódio da pelota.

E Dudu mostrou contra o São Paulo que pode ser uma resposta ao segundo problema. Com aquela limitação de minutos e atuações mequetrefes desde a reestreia, é como se ele tivesse sido um segredo guardado pelo Palmeiras para uma hora importante da temporada. Dudu foi o "coringa", o "wild card", foi o elemento desta eliminatória de Libertadores que ninguém esperava - nem o adversário.

Jogou como um camisa 10, não como um velocista. Atuou atacando espaços, aproveitando o campo, ditando o ritmo e a velocidade do time com a posse de bola.

Dudu ainda tem velocidade, tem gol, tem drible, tem explosão. Claramente pode ser a tal peça que abra jogos complicados ou que ajude o Palmeiras a buscar reações em caso de placares adversos. Mais que Rony. Muito mais, acho eu.

Faltava um elemento assim na comparação com Atlético e Flamengo. Se Dudu jogar, daqui para frente, na Libertadores e no Brasileiro, o que jogou contra o São Paulo, pode fazer toda a diferença para o Palmeiras.