Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Champions League: Liverpool chega em seu pior momento no pior momento
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Exatamente um ano atrás, o Liverpool era considerado unanimidade: o melhor time do mundo. Não por ter sido campeão mundial em 2019, o que pouco importa neste contexto, mas pela bola que jogava. Era o campeão europeu, lá líder disparado do Campeonato Inglês (na caminhada para quebrar o tabu de 30 anos sem títulos), grande favorito para conquistar de novo a Liga dos Campeões.
O futebol é tão dinâmico que, um ano depois, o Liverpool vive seu pior momento desde a chegada de Klopp e, a partir de amanhã, tem um desafio enorme: avançar na Champions League. Por incrível que pareça, está difícil considerar o Liverpool favorito diante do RB Leipzig, semifinalista do ano passado.
O Liverpool chega em seu pior momento justamente na hora H da temporada. Com a defesa dizimada - acho que nem o mais pessimista torcedor esperava um derretimento defensivo tão grande por causa da lesão de Van Dijk, no começo da temporada - e, o pior, com o melhor goleiro do mundo vivendo, talvez, a pior fase de sua carreira. Alisson falhou seguidamente em jogos da Premier League e saberemos nas próximas partidas o quanto a confiança abalada cobrará fatura.
Klopp já usou várias "explicações" para tentar explicar o inexplicável. Desde "cansaço mental" até colocar a culpa nas "chances perdidas". Mas talvez a frase que melhor resuma seja: "não há explicação fácil para o que está acontecendo".
Arsene Wenger, ex-técnico do Arsenal e hoje comentarista na Inglaterra, alfinetou Klopp pela decisão tática de trazer Henderson do meio para a zaga. "Uma das razões (da temporada ruim) é terem perdido Van Dijk. Uma das forças do Liverpool era recuperar a bola lá na frente, com Henderson e Milner no meio. Trazendo Henderson para trás, ele perdeu isso também. Antes, o Liverpool roubava a bola e rapidamente municiava os atacantes em velocidade, agora estão dando mais tempo para os adversários jogarem. Perderam um pouquinho de tudo, é a explicação lógica que consigo encontrar", analisou Wenger.
Contra o Leicester, no último fim de semana, o Liverpool dominou boa parte do jogo, mas não aproveitou as chances, viu Alisson falhar e caiu por 3 a 1. Foi a terceira derrota consecutiva - foram só duas vitórias nos últimos dez jogos pela Premier, entremeadas pela eliminação na Copa da Inglaterra diante do grande rival, o Manchester United. Na classificação, o time já está 13 pontos atrás do Manchester City, e com um jogo a mais disputado. Ou seja, as chances de título inexistem, como o próprio Klopp já admitiu.
Sobrou só a Champions para o Liverpool. E o adversário é dos mais encardidos. O Leipzig volta a fazer uma temporada consistente, com somente três derrotas e na vice-liderança da Bundesliga - obviamente atrás do Bayern. É um time que sofre pouquíssimos gols, o que não casa bem com a falta de gols do Liverpool no momento.
O Leipzig tem o time praticamente idêntico ao do ano passado, com o mesmo técnico (Julien Nagelsmann), uma proposta clara de jogo e não tem por que temer o Liverpool. Aliás, na bolha de Lisboa, em agosto, o Leipzig passou justamente pelo Atlético de Madrid, que no ano passado foi o algoz do Liverpool na Champions - o início da queda de produção, que nunca mais foi retomada.
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