Danilo Lavieri

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Título não pode esconder erros que Palmeiras precisa corrigir para 2024

O título do Palmeiras confirmado na noite desta quarta-feira é claramente o resultado de uma administração que sabe exatamente o projeto esportivo que quer seguir, com a melhor comissão técnica do país e que tem uma lista extensa de méritos.

Mas a taça do Brasileirão não pode esconder os erros de 2023, ainda mais se o Verdão quiser voltar a ser protagonista em 2024. Alguns desses pontos, aliás, certamente estarão no relatório que será entregue por Abel Ferreira no fim do ano.

O primeiro passo, aliás, já foi dado por Anderson Barros e quem mais está no comando do futebol: reconhecer que faltou um camisa 5 no elenco e contratar Aníbal Moreno. A saída de Danilo nunca foi reposta. O excelente nível de atuação de Zé Rafael fez a discussão cair em esquecimento em alguns momentos, mas, se tivesse alternativa, Abel Ferreira poderia ter montado um time ainda mais forte.

Outro erro que pode ser observado e, neste caso, pelo próprio técnico, é o critério de utilização para os jovens das categorias de base. Endrick teve chances no começo do ano, não correspondeu e voltou para o banco de reservas. Por lá ficou em quase toda a temporada e foi reaparecer apenas quando já era tarde para reagir na Libertadores, mas não tão tarde no Brasileirão.

Tão logo perdeu Dudu, Abel insistiu em um esquema que prejudicou Artur e Veiga e que não ajudou Rony a voltar ao melhor de sua forma. Ele percebeu que dar chances a Endrick, Kevin e Luís Guilherme era uma boa alternativa apenas no segundo tempo da semifinal contra o Boca. As Crias mudaram o jogo, colocaram o Verdão a uma bicicleta do Rony da final e acabaram derrotados nos pênaltis.

Claro que é necessário um cuidado para colocar os jovens em situações arriscadas, mas Abel teve bastante tempo entre a lesão de Dudu e o jogo mais importante do ano para achar alternativas. Ele poderia ter percebido antes que Endrick havia melhorado em relação ao que mostrou no começo de 2023.

Por fim, Abel e diretoria precisam se entender em relação ao elenco curto. No discurso, os dois sempre falam que essa é uma estratégia para gerenciar melhor os jogadores ao longo da temporada, mas em algumas coletivas o técnico deu a entender que estava insatisfeito e chegou até a falar que seria punido por colocar "tantas crianças" em campo. Afinal, o que é o ideal? Ter duas opções por posição e um terceiro vindo da base ou já contar com algumas Crias em posições estratégicas?

E aí, depois de chegar à essa conclusão, entender se o elenco ainda precisa de mais um meia-armador e se precisa de jogadores para atuarem na ponta.

Leila Pereira merece muitos elogios por não ceder à pressão de protestos, por manter Anderson Barros e toda a sua estrutura de futebol, além, é claro da comissão técnica. A presidente pode receber muitos aplausos por reconhecer os méritos da gestão anterior e não mexer no que estava dando certo.

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Seus pontos mais cruciais de mudança para 2024 dizem mais respeito à questão institucional do que dentro de campo. Reconhecer o conflito de interesses, deixar mais clara a relação com o avião e perceber que o marketing pode ser melhor explorado são as principais mazelas.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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