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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Leila virou torcedora e passou do ponto para criticar soberba do Flamengo

Colunista do UOL

14/04/2023 16h08

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Leila Pereira se comportou como torcedora em parte da coletiva de imprensa que concedeu hoje (14) antes da apresentação de Richard Rios e Artur. A presidente do Palmeiras passou do ponto na hora de criticar o Flamengo e quis tirar uma casquinha da fase ruim que vive o rival do Rio de Janeiro. Nada disso significa que o Rubro-Negro está certo na discussão. Mas um erro não justifica o outro.

Foi totalmente desnecessário falar que "o Real Madrid estava esperando" e que "Marcelo fez um estrago enorme". A própria cartola sabia que estava ultrapassando ao limite, não à toa disse "aí, gente, não me aguentei". Não é segredo para ninguém que o rubro-negro pensa muitas vezes mais nele do que no coletivo, mas nada disso justifica a postura. A torcida pode até dar "likes", mas não é isso o que se espera de uma dirigente profissional.

Como dirigente do Palmeiras, ela está certíssima ao criticar a atuação do Flamengo de tentar ganhar mais do que todos, de ser irredutível em algumas discussões e de sair em defesa do produto futebol como um todo. Ela acerta em cheio ao dizer que os clubes precisam se unir. Mas se ela prega tanto por igualdade e por profissionalismo, como sentar na cadeira e falar como torcedora?

Não dá nem para falar que ela agiu no calor dos fatos, já que a reunião que virou notícia ontem aconteceu há um mês e meio. A própria fez questão de falar que se dá bem com Rodolfo Landim e que tem discussões pontuais sobre alguns termos. A provocação precisa ficar nas arquibancadas, não na cartolagem.

É importante que mais presidentes falem abertamente das discussões e diferenças para que uma Liga seja formada no Brasil. Esse é o futuro do esporte por aqui. Mas as entrevistas precisam seguir um critério técnico, profissional e de mercado, não de arquibancada.

Leila ultrapassou o limite da crítica profissional e chegou bem perto do tão criticado episódio das bananas de Carlos Miguel Aidar, ex-presidente são-paulino, que não sai da memória do torcedor palmeirense. Cuidado, presidente, é na vitória que é mais difícil de evitar a soberba.

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