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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Quanto mais dá entrevistas, mais Jorge Jesus queima a sua própria imagem

Técnico Jorge Jesus comanda o Benfica em partida da Liga dos Campeões em outubro de 2021 - PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
Técnico Jorge Jesus comanda o Benfica em partida da Liga dos Campeões em outubro de 2021 Imagem: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

Colunista do UOL

10/05/2022 13h50

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Jorge Jesus fez um trabalho incrível com o Flamengo em 2019. Isso não tem como negar. Mas ter tido essa boa passagem na carreira não impede que o português consiga se queimar cada vez mais quando dá entrevistas. Isso sem contar que seu currículo está longe de ser algo tão consolidado para tamanha soberba.

Já era assim quando ele muitas vezes conversava com a imprensa brasileira, foi assim no recente retorno a Portugal quando foi machista ao falar para uma mulher que ela não entendia muito bem de futebol, e continua do mesmo jeito nas recentes entrevistas concedidas aqui no Brasil, tanto ao UOL quanto no Bem, Amigos.

No programa do Sportv, Jesus não ficou nem corado ao dizer que não deixou nenhum legado ao Flamengo porque não deixava ninguém do clube entrar no CT. Isso já era fato conhecido pela cobertura dos repórteres do dia a dia, mas a cara de pau do português ao falar disso como se fosse algo normal foi assustadora.

Ele pensa só nele e na sua equipe e não se importa em deixar claro que não existe preocupação com o time em que está. O Flamengo sofre desde a sua saída para reencontrar os processos que deram certo e isso não é à toa. Falta amor próprio aos que ainda o querem como comandante.

Antes disso, na entrevista a Renato Maurício Prado, colunista do UOL, ele não teve pudor de pressionar seu compatriota Paulo Sousa, criticou a diretoria de seu antigo clube e retornou a Portugal após implantar a bomba com sucesso. Ele apertou o botão de detonar ao desembarcar em seu país e falar que não tinha nenhuma chance de retornar ao Brasil. Para que foi feita toda aquela cena, então? Serviu para queimar a sua imagem com torcida, imprensa e até companheiros de trabalho.

Isso sem nem falar que Jorge Jesus teve, sim, uma temporada brilhante no futebol brasileiro, mas está longe de ser unanimidade. Até porque não teve nenhuma contraprova, como bem definiu Walter Casagrande. Hoje, é possível falar que o currículo de Abel Ferreira é mais vitorioso do que o de Jesus, até pelo tempo de carreira dos dois. E vale lembrar que na última passagem pelo Benfica ele gastou milhões de euros em reforços e nada fez.

Como a CBF poderia olhar para Jesus e pensar que ele é uma boa opção de comando para a seleção brasileira diante de tantas declarações mesquinhas e egoístas?

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