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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Ouro no futebol recompensa brigas de atletas contra seus próprios clubes

Colunista do UOL

07/08/2021 11h05

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A conquista da medalha de ouro pelo futebol hoje (7) é uma recompensa para os atletas que compraram briga com seus próprios clubes e treinadores para defender a seleção na Olimpíada. A suada vitória diante da Espanha por 2 a 1 na prorrogação certamente estará entre os triunfos mais importantes da carreira de todos que foram ao Japão.

Depois do Rio, em 2016, a expectativa era que o futebol tivesse menos apelo para os brasileiros. Pode até ter acontecido para parte da torcida, mas para os jogadores o torneio ainda tem muito valor. Basta conversar com qualquer um deles para perceber isso.

Daniel Alves é o maior exemplo. Muito criticado por deixar o São Paulo em momento complicado, o experiente lateral foi o líder do grupo na conquista e, mesmo sendo o atleta mais vitorioso do país na modalidade, terá esse ouro entre os momentos que jamais vai esquecer, até por nunca ter ganhado a Copa do Mundo com o time principal.

Richarlison foi outro que se envolveu pessoalmente na negociação, ligou para o diretor do Everton, conversou com Rafa Benítez, o novo técnico do time inglês, e deixa a competição não só com o ouro, mas com a artilharia.

Bruno Guimarães é um dos destaques do time dentro de campo e negociou a sua liberação para o torneio que não é Data Fifa desde a sua transferência do Athletico para o Lyon, ainda durante a disputa do Pré-Olímpico, no início de 2020.

Outros atletas que participaram da trajetória até o ouro também sempre deixaram claro aos seus clubes como seria importante a liberação para as Olimpíadas, casos de Matheus Cunha, Paulinho, Reinier e Malcom. O primeiro é forte candidato a aparecer nas próximas convocações do time principal, assim como Bruno Guimarães e até mesmo Guilherme Arana.

A conquista também merece destaque para André Jardine. O técnico foi mal hoje, demorou a mexer, mas superou diversos obstáculos para conseguir formar um time. Só no Pré-Olímpico, por exemplo, ele precisou convocar praticamente dois elencos por conta da falta de liberação das equipes. Agora, na lista final de Tóquio, ele voltou a quebrar a cabeça para conseguir ter uma equipe.

O desafio para a sequência da carreira é conseguir consolidar o sucesso olímpico para o restante da carreira, coisa que não aconteceu com Rogério Micale, técnico do primeiro ouro.

Por fim, a conquista também é resultado de muito trabalho de Branco, coordenador da base da CBF. O ex-jogador trabalhou por mais de um ano no lobby com os clubes para conseguir a liberação de atletas, sem nem contar a recente vitória contra a covid-19. O tetracampeão agora tem mais um título representando o país.

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