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Danilo Lavieri

Flamengo passa por calvário porque clubes e Conmebol toparam desafiar Covid

Treino do Flamengo em Guayaquil com técnico Domènec Torrent - Reprodução/@Flamengo
Treino do Flamengo em Guayaquil com técnico Domènec Torrent Imagem: Reprodução/@Flamengo

Colunista do UOL

22/09/2020 12h59Atualizada em 22/09/2020 16h22

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O Flamengo enfrenta um verdadeiro calvário para ter um time para o jogo inicialmente marcado para hoje (22), às 19h15, contra o Barcelona de Guayaquil, no Equador. Como se não bastasse os infectados que não poderiam entrar em campo, o grupo de jovens que deixou o Brasil para reforçar o time de última hora teve dificuldades para completar a viagem. Inicialmente, o poder municipal local resolveu interditar o estádio, mas a partida foi confirmada após intervenção de autoridades federais.

Desde o início, a Conmebol não mostrou nenhuma intenção em remarcar o jogo por diferentes motivos, mas o principal deles é que todos os times que toparam voltar à Libertadores sabiam que estavam suscetíveis a isso.

Não há espaço em um calendário que já está desfigurado para que partidas sejam remarcadas. Mas as verbas de TV e eventuais premiações por classificação falaram mais alto. A decisão da cidade de Guayaquil atrapalharia os planos da Conmebol, que agiu nos bastidores para manter o compromisso.

A entidade sul-americana alterou o protocolo, aumentou o número de inscritos na competição e deixou claro que, em hipótese alguma, aceitaria o número de infectados com Covid-19 como argumento para que um jogo fosse adiado. Haveria até a possibilidade de ter um W.O. decretado.

O recomeço da Libertadores já havia se mostrado um tanto quanto problemático quando você coloca em jogo times que não podiam atuar dentro de seus próprios países por conta da pandemia, mas foram obrigados a se reunirem com pressa para a disputa da principal competição do continente.

O resultado foi times que não entravam em campo desde março, como foi o caso do Bolivar, que enfrentou o Palmeiras sem ter feito nem mesmo um amistoso. Ou como o River Plate, que jogou a última partida em março e ainda arrancou um empate em pleno Morumbi contra o São Paulo.

Sem Isla, Matheuzinho, Filipe Luís, Diego, Bruno Henrique, Vitinho e Michael, Domenec Torrent tem a dura missão de montar uma equipe que precisa vencer para não ver a sua situação se complicar um pouco na fase de grupos da Libertadores depois do vexame diante do Independiente del Valle.

Além disso tudo, há a grande ironia do destino por se tratar de um clube que liderou movimentos para acelerar o retorno do futebol no Brasil e agora luta pela liberação do público nos estádios, mesmo que isso aconteça de forma isolada apenas no Rio de Janeiro. Nem mesmo seus companheiros de Estado, que também sofrem prejuízos a cada jogo de portão fechado, concordam com isso. Quem sabe o episódio não sirva para que os dirigentes do rubro-negro carioca repensem a sua postura.