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A verdade no caso Abel Ferreira: o assunto não é da nossa conta

Minha colega e amiga Milly Lacombe já resumiu o assunto Abel Ferreira x Al Sadd no início dessa semana, "passando pano" para o treinador.

Permitam-me continuar de onde ela parou, uma vez que a discussão não cessou.

Ontem, Abel disse na coletiva, depois do macambúzio empate com o Botafogo-SP, que só havia uma verdade e nós sabíamos qual era.

A afirmação é ótima porque permite a cada um especular qual ela seria, sem oferecer uma solução definitiva.

A minha verdade: o assunto é um não assunto. É uma especulação rasa e esdrúxula, que se resume a um fato: a gente não tem nada a ver com isso. Abel não deve explicações nem a mim, nem a você, nem à torcida do Palmeiras.

Se assinou um documento e não cumpriu uma cláusula que se sustente juridicamente, ele talvez deva algo ao Al-Sadd. Se descumpriu algo pactuado com o Palmeiras, talvez deva explicações à presidenta Leila e companhia. Se firmou um compromisso sem consultar sua família, talvez precise se haver com a esposa e as filhas.

Ah, mas ele diz que ama o Verdão. Falou que ficaria quando estava negociando com o Qatar. Não é justo o clube pagar por sua mudança de ideia. Ele cobra transparência e agora isso!

Francamente, nada disso importa. Ele pode amar o Palmeiras and decidir ir embora. Ele pode mudar de ideia e o clube entender que vale a pena gastar mais uns milhões para mantê-lo — e já gastou com coisas bem piores, diga-se.

Ele pode cobrar transparência e ética do futebol, e ainda assim manter seus contratos em sigilo. O que é um direito seu e de todos nós. Contratos privados são privados. A imprensa pode ir atrás de desvendar informações no seu fundamental papel investigativo, mas as partes não estão obrigadas a revelar o que não é público.

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O curioso nessa história é que o caso está sendo avaliado pela parte competente (Fifa) — que, diferentemente de nós, tem acesso a todos os pormenores. Se houver irregularidade, uma multa será imposta.

Boa parte da torcida do Palmeiras está feliz da vida que ele ficou. O clube não demonstrou se sentir lesado.

Então, qual é a grande história nessa história? Qual é o grande auê num momento em que começam a emergir laranjas e tretas de aposta?

Na minha humilde e longa opinião, a verdade é simples: a gente pode até querer saber mais (que brasileiro dispensa uma boa fofoca), mas nada aí é verdadeiramente da nossa conta.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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