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Endrick ou Abel: quem é mais importante para o Palmeiras hoje?

Não tem jeito: os dois últimos títulos do Palmeiras têm nome. Como diz meu filho, começa com E e termina com K.

Colocado por Abel apenas nos acréscimos da fatídica semifinal contra o Boca, em casa, Endrick assumiu na sequência a bronca do campeonato brasileiro e se tornou peça fundamental da arrancada de 2023.

Ontem, parecia novamente possuído pelo espírito do "toca em mim, que eu resolvo". Não fez dois gols, como na final do ano passado contra o Água Santa, mas teve participação em ambos e infernizou a vida do Santos.

Mesmo lesionado, reclamou da substituição. "Posso continuar!" Queria garantir que o time não perderia sua última decisão pelo clube que lhe acolheu, que acreditou nele, que abraçou sua família quando tudo que havia era potencial.

Sabem o que Abel respondeu? "Foda-se. Vou te tirar, ó pá." E todos seguiram sorrindo rumo ao primeiro tri paulista do Palmeiras em 90 anos, o décimo título do português em três anos e meio, e o quinto da Cria, em menos de dois anos no profissional.

Na mesma linha, ao ser questionado por que decidira não levar Endrick ao Mundial, o treinador respondeu que ele devia passar um tempo na Disney, brincar, que era cedo.

Ao contrário do que acontece com a maioria de nós, Abel soube esperar. E soube fazer Endrick esperar. Soube segurar a onda do futuro jogador do Real Madrid, soube estabelecer a confiança necessária para dizer "foda-se, senta aí, que eu sei o que é melhor pro time".

A relação entre os dois, como costuma acontecer nas equipes mais vencedoras, é simbiótica. Um não seria o que é sem o outro. As ideias de Abel talvez não tivessem sobrevivido sem o brilho da joia. E a joia talvez tivesse menos brilho sem o tratamento zeloso do chefe.

Não dá para negar que Endrick fará enorme falta. Uma falta difícil de suprir, mesmo com a volta de Dudu e a criatividade de Abel Ferreira. Uma falta que pode custar campeonatos. Mas não uma falta maior do que a que faria o homem que acreditou em Breno Lopes e Deyverson para conquistar dois dos maiores títulos da história palmeirense.

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Felizmente, essas coisas são impossíveis de mensurar.

O que é possível medir é a grandeza da noite de ontem, no Allianz Parque: a última taça levantada, em conjunto, pelo maior treinador e a maior revelação da história do clube.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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