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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Palmeiras histórico conquista a Libertadores Feminina (e os grupos de zap)

Ary Borges marcou para o Palmeiras na final da Libertadores Feminina contra o Boca Juniors - Galo Paguay / AFP
Ary Borges marcou para o Palmeiras na final da Libertadores Feminina contra o Boca Juniors Imagem: Galo Paguay / AFP

28/10/2022 20h53

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Em sua primeira participação na Copa Libertadores Feminina, o Palmeiras se sagrou campeão hoje, no Equador, goleando as também estreantes jogadoras do Boca Juniors: 4 a 1.

A conquista complementa uma sequência impressionante do Alviverde, entre mulheres e homens, profissionais e a base. No Sub-11, Sub-13, Sub-15, Sub-17, Sub-20, no masculino e no feminino profissionais. Está difícil achar um título que o clube não tenha conquistado nos últimos anos.

Ary Borges inaugurou o placar logo aos 4 minutos, Brisa Priori empatou aos 14, Byanca Brasil retomou a liderança aos 3 do segundo tempo, Poliana (pentacampeã da Libertadores!) ampliou aos 12 e a estrela Bia Zaneratto fechou a goleada aos 44 da etapa final.

O que mais me chamou a atenção essa semana, porém, não aconteceu hoje.

No domingo, esperando um voo para o Rio, notei atividade intensa entre a turma do futebol nos aplicativos de mensagem.

Pensei: será do jogo do Internacional? A galera xingava, reclamava da perda de gols, perdia as estribeiras. Até que uma palavra me chamou a atenção: goleira. No feminino. Dei-me conta, então, que falavam do Palmeiras, que naquele momento perdia um caminhão de gols contra o Santiago Morning.

Imediatamente sorri: jogadoras sendo cornetadas pela torcida, sem ressalvas, sem poréns. E, quando Day Silva virou a partida aos 50 minutos do segundo tempo, a galera do zap explodiu de alegria. Eram as quartas de final.

Na quarta-feira, o Palmeiras voltaria a desperdiçar muitas chances contra o América de Cali, mas venceria por 1 a 0, com gol da craque Ary Borges, classificando-se para a inédita final.

Depois de um racha de vestiário bizarro na semifinal do Brasileirão, que levou a uma derrota por 4 a 0 para o arquirrival Corinthians, no Allianz Parque, parecia que o ano das Palestrinas estava descendo pelo ralo.

Mas as atletas uniram-se, fizeram 15 dias de preparação e chegaram fortes para disputar, pela primeira vez, a Copa Libertadores. Com a eliminação inesperada de Corinthians e Ferroviária, nas quartas, tornaram-se as únicas representantes brasileiras na competição.

Chegaram à decisão contra o Boca Juniors com uma campanha de 100% de aproveitamento. Terminaram campeãs, com 19 gols marcados e apenas três sofridos. Uma artilharia aérea pesadíssima.

Tem a recuperação pós-crise. Tem a goleada sobre um time que não perdia há 30 jogos. Tem o enorme título, claro. Mas você sabe que o futebol feminino pegou mesmo quando ele chega forte aos grupo do zap. Já não era sem tempo.

Parabéns às Palestrinas!