Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O campeonato certo por linhas tortas (e chega de comparações)
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Se no início da pandemia, há o que parece uns 20 anos, Brasileirão começando, você tivesse tido acesso à tabela final do campeonato, encerrado em 25 de fevereiro do longínquo 2021, ela lhe pareceria estranha?
Flamengo campeão, Internacional vice, Atlético-MG e São Paulo na sequência. Talvez você estranhasse a ausência do Palmeiras no G4, mas descobriria que o time fora campeão da Libertadores e disputaria ainda a final da Copa do Brasil. "Ah, faz sentido, time deve ter tirado o pé."
Talvez você se espantasse com as boas campanhas de Red Bull Bragantino e Ceará. E, quem sabe, achasse curiosa a irrelevância do Corinthians em toda a competição.
O Fluminense, ah, esse sim, causaria espécie. O tricolor das Laranjeiras entre os cinco? Como? Quando? Com o Nenê, o Fred e uns meninos? Uau.
Lá embaixo, você encontraria Botafogo e Vasco. De novo. "Já vi esse filme antes." Impressionante saber que haverá cinco campeões brasileiros na Série B, entretanto pouco surpreendente ver estes dois de novo despencando.
Você ficaria sabendo que o Brasileirão 2020 acabou em 2021 com poucas surpresas, porém cheio de emoção. "Ainda há quem não goste de pontos corridos? Quem ache chato, cê jura?"
Pódios montados no Morumbi e no Beira Rio, sem sabermos até o apito final qual deles receberia a taça. Jogadores rubro-negros acompanhando os últimos minutos da partida colorada em celulares e sofrendo diante das câmeras com cada lance perigoso em Porto Alegre. Teve até VAR nos acréscimos. Quem não se empolgou está ruim da cabeça ou doente do pé.
Ainnn, mas o Flamengo liderou por apenas duas rodadas? E daí? Nunca um campeonato pareceu tanto uma maratona - que não acaba nunca. E, como se sabe, vence a corrida quem cruza a linha de chegada na frente, não quem liderou por mais tempo e perdeu o gás na hora H.
Foram muitas idas e vindas, virtuais campeões derretidos, arrancadas históricas, decepção de quem investiu milhões e alguns vilões. Muita, muita discussão sobre a arbitragem e o (mau) uso da tecnologia. A conversa de sempre sobre times perseguidos e favorecidos pela CBF, a mídia, os patrocinadores, as deusas, os raios que os partam. No frigir dos ovos, ganhou o melhor elenco do Brasil.
Em um ano insano (ou já nos esquecemos da pandemia, dos 250 mil mortos?), um Brasileirão de futebol médio e voltagem alta. Não se viu a bola de 2019, mas diminuir os feitos de quem conquistou títulos nesta temporada com este argumento é raso. A história registrará os campeões deste ano como o que são: campeões. O resto é resto.
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