Topo

Helicóptero que levava Kobe tinha autorização para voos com nevoeiros

Local do acidente de Kobe Bryant

Do UOL, em São Paulo

27/01/2020 15h21

O helicóptero que levava Kobe Bryant, sua filha Gianna e outras oito pessoas que morreram ontem após acidente em Calabasas, nos Estados Unidos, tinha autorização especial para voar com nevoeiros e outras condições climáticas piores do que o habitual. A informação é do jornal The New York Times.

O helicóptero voou para o norte após decolagem no Condado de Orange na manhã de domingo e circulou perto de Burbank, esperando a liberação para continuar. De acordo com registros de áudios que se tornaram públicos entre o piloto do helicóptero e o controle de tráfego aéreo no aeroporto de Burbank, o helicóptero recebeu autorização através das Regras Visuais Especiais de Voo (SVFR, na sigla em inglês) para continuar o voo em uma manhã de nevoeiro.

O helicóptero caiu em uma área descampada, por volta das 9h45 do horário local (14h45 de Brasília), em Calabasas, na região metropolitana de Los Angeles. Em uma região montanhosa perto da rodovia Las Virgenes e da rua Willow Glen, o helicóptero colidiu com uma colina enquanto fazia uma curva à esquerda de cerca de 1.400 pés de altura (426,7 m) e explodiu em chamas formando um amplo campo de destroços. A Polícia precisou de uma hora para extinguir o incêndio resultante do acidente, que tinha cerca de 1.000 m² de extensão.

Pouco antes de perder o contato no rádio, o piloto solicitou o "acompanhamento do voo", que permite aos controladores rastrear o voo e manter contato regular. O controlador, então, respondeu que o helicóptero estava "em um nível muito baixo para seguir o voo neste momento".

Neste caso, o nível baixo corresponde ao mínimo que pode ser captado pelo radar e pelas ondas de rádio diante de um terreno montanhoso. No contato, o piloto diz que tinha começado uma subida para ultrapassar uma camada de nuvens e assim obedecer ao SVFR. Na sequência, a baixa altura do voo impediu a propagação das ondas de rádio e houve perda de contato.

O Conselho Nacional de Segurança dos Transportes (NTSB, na sigla em inglês) do país já iniciou a investigação para descobrir as causas da tragédia. O clima é parte essencial da investigação. Ontem, a Polícia de Los Angeles disse que sua divisão de apoio aéreo não realizou voos por causa das condições climáticas. Josh Rubenstein, porta-voz do departamento policial, disse que o padrão mínimo da corporação não era atendido naquele dia, de 3 km de visibilidade e um teto de nuvens de 200 m. Era um dia de "denso nevoeiro" e "pouca visibilidade".