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Marina Silva lança pré-candidatura a deputada para "salvar a democracia"

Do UOL, em São Paulo

02/07/2022 14h08Atualizada em 05/07/2022 15h06

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) lançou oficialmente neste sábado (2) sua pré-candidatura a deputada federal por São Paulo. Ela era cotada para ser vice na chapa de Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo.

O evento aconteceu com a presença de colegas e lideranças do partido, como Marina Helou, que também oficializou sua pré-candidatura a deputada estadual por São Paulo; o senador Randolfe Rodrigues; a pré-candidata a deputada federal Heloísa Helena; a deputada federal Joenia Wapichana e o deputado federal Túlio Gadelha.

Também participaram do lançamento da pré-candidatura ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), pré-candidato a governador por São Paulo; o vereador Eduardo Suplicy (PT) e o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros.

Marina pede para São Paulo 'salvar a democracia'

Em seu discurso, Marina Silva relembrou que visitou capital paulista em 1979 "só com uma passagem de vinda" para fazer um tratamento contra malária e hepatite. Ela fez um paralelo entre ter a "sua vida salva" pelos médicos e se direcionou ao eleitorado paulista, para "salvar" minorias sociais e o meio ambiente.

"É o momento de pedir para São Paulo não salvar a minha vida individual, mas a de todos que estamos aqui, pedindo que nos ajude a salvar a vida da democracia, a vida dos biomas brasileiros, a vida das mulheres tão agredidas, como nós sempre vemos, e principalmente nos últimos dias, e dos jovens pretos de periferia que não tem um lugar no mundo."

Crítica a Bolsonaro e homenagem a Dom e Bruno

A pré-candidata também disse que o Brasil vive uma guerra, diferente da que acontece entre Rússia e Ucrânia, em uma crítica à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Aqui no Brasil tem uma guerra em que todo momento tem míssil sendo lançado em cima do MEC, outro em cima do Ministério da Saúde, outro em cima do Vale do Javari, tirando a vida do Dom, a vida do Bruno e de tantos que tombaram nessa luta", afirmou.

O evento de pré-candidatura homenageou personalidades que lutaram pelo meio ambiente, como o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, mortos em junho no Amazonas, e o ambientalista Chico Mendes, amigo de Marina Silva.

Apoio a Fernando Haddad para o governo

Marina afirmou que o apoio a Fernando Haddad ocorreu "após uma discussão" entre as lideranças do partido.

O pré-candidato petista fez um rápido discurso em que falou da admiração que tem por Marina Silva. Haddad era ministro da Educação e Marina comandava a pasta do Meio Ambiente na gestão Lula.

"É motivo de orgulho para os paulistas poder contar com uma deputada federal da estatura da Marina", disse.

Aumento da pobreza também foi destacado

Ao discursar novamente para o eleitor paulista, a Marina fez menção a Eduardo Suplicy, criador da renda básica de cidadania —que prevê o pagamento de um valor igual para todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país há pelo menos cinco anos. Ela declarou estar "100% comprometida" com o programa elaborado por Suplicy.

"É triste verificar que uma pessoa com mais de 80 anos, que dedicou mais de 40 anos de sua vida a um programa de renda mínima, depois de andar um pouquinho para frente, termos 33 milhões de pessoas pobres, e só nessa cidade mais rica [São Paulo] termos 40 mil pessoas em situação de rua", disse, em relação ao agravamento da pobreza no país nos últimos anos.

Formada em História, e com especialização em Psicopedagogia e Teoria Psicanalítica, Marina Silva nasceu em Rio Branco, no Acre, tem 64 anos e é professora e ambientalista.

Marina foi senadora pelo Acre entre 1995 e 2011, ministra do Meio Ambiente na gestão Lula (PT), entre 2003 e 2008, e concorreu três vezes à presidência da República. Ela foi filiada ao PT, PV, PSB e fundou a Rede em 2013.