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Entendo alianças que Lula tem de fazer, diz Marília sobre apoio a PSB em PE

Colaboração para o UOL

06/06/2022 10h24Atualizada em 07/06/2022 15h37

A pré-candidata do Solidariedade ao governo de Pernambuco, Marília Arraes, disse, durante sabatina UOL/Folha realizada hoje, que "entende as articulações" que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem que fazer para se viabilizar na disputa presidencial. No estado, o partido deu apoio ao pré-candidato Danilo Cabral (PSB), que foi o principal foco de suas críticas na entrevista.

Ela também defende a chapa de Lula, mas sem contar com o apoio recíproco. "Eles [o PSB] tentam se furtar de discutir a situação do estado tentando focar no cenário nacional, quando em 2020 toda mazela do mundo colocavam no PT, como se o PT fosse uma turma de 'gângsteres'. Era assim que tratavam o partido, Lula. O meu posicionamento, não. Sempre apoiei o presidente Lula."

"Atritos existem até dentro da nossa casa [sobre sua saída do PT]. Houve debate, divergência de estratégia político-eleitoral. Entendo as alianças que Lula precisa fazer. Digo sempre que, por mim, todos os candidatos apoiariam Lula, o que estou interessada mesmo é que a gente volte a ter um Brasil da maneira que crescia", disse.

"Os debates internos que o PT faz não interessam mais, acho que a gente tem que conversar sobre Pernambuco. Tenho todas as convergências ideológicas possíveis com PT, mas, localmente, seria inviável apoiar projeto que está sendo ruim para Pernambuco", acrescentou Marília. "Não estou enfrentando o PT. Tenho uma divergência tático-eleitoral só."

Ela criticou a "perpetuação no poder do PSB" e o projeto da legenda para o estado: "Esse projeto atual está destruindo o estado. Vemos essa tragédia todos os dias".

Sobre estar no Solidariedade e contar com uma aliança com o PSD, que é um partido mais de centro-direita, ela disse que mostra "uma capacidade de diálogo" e que "não vivemos um momento normal do país", por isso quer montar essa frente ampla, como a de Lula. "O Brasil está precisando dessa unidade. Estamos com a democracia cotidianamente ameaçada por Bolsonaro. Estamos num momento em que é necessário unir quem é a favor da democracia."

Política e família

A pré-candidata disse estar fora de um "círculo de império" perpetuado, segundo ela, pelo PSB. Marília é neta de Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco, e prima de João Campos (PSB), atual prefeito do Recife. João, por sua vez, é filho do falecido ex-governador Eduardo Campos.

"Não faço da política um assunto de família. Tenho minha militância própria, trajetória própria. Ele é um adversário como qualquer outro. Representa mesmo projeto de continuidade do PSB", disse Marília sobre João Campos.

Na entrevista, também defendeu a pré-candidatura de sua irmã Maria Arraes como deputada federal. "Ela teve essa intenção de entrar na política. Eu não poderia deixar de apoiá-la. Respeito muito essa decisão. Ninguém pode ser penalizado pelo sobrenome que tem", declarou. "Eu tenho muito orgulho de não somente ser neta de Arraes, mas ter convivido, aprendido com ele."

O que diz a pesquisa mais recente

Levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado em maio aponta a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) à frente na corrida eleitoral para o governo de Pernambuco, com 28,8% das intenções de voto em um dos cenários na pesquisa estimulada — quando é apresentada a lista de nomes dos pré-candidatos.

A ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB) aparece na sequência, com 16%, seguida pelo ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil), com 13,6%, e pelo ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PL), com 12,1%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos, esses três pré-candidatos empatam tecnicamente.

O deputado federal Danilo Cabral (PSB) tem 7,1%, empatando tecnicamente com Ferreira. O advogado João Arnaldo (PSOL) aparece com 1,3%, e o historiador Jones Manoel (PCB), com 0,7%, também tecnicamente empatados.

Brancos, nulos e aqueles que disseram que não irão votar em nenhum dos candidatos somam 13,5%, e aqueles que não souberam ou não responderam, 7%.

Calendário das sabatinas em Pernambuco

  • 08/06 - 10h - Miguel Coelho (União Brasil)
  • 08/06 - 16h - Danilo Cabral (PSB)
  • 09/06 - 10h - Raquel Lyra (PSDB)
  • 09/06 - 16h Jones Manoel (PCB)
  • 10/06 - 10h - Anderson Ferreira (PL)
  • 10/06 - 16h - João Arnaldo (PSOL)

As entrevistas acontecem até o dia 10 de junho, sempre ao vivo, com uma hora de duração e com transmissão pela internet nos sites e perfis nas redes sociais do UOL e da Folha. Os entrevistadores são a apresentadora Fabíola Cidral, o colunista do UOL Carlos Madeiro e o repórter da Folha José Matheus Santos.

Se houver segundo turno, as sabatinas serão realizadas na semana de 17 a 21 de outubro.