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Bolsonaro atende apoiadores pouco antes de faltar à posse de Fachin

Bolsonaro alegou ter uma "extensa agenda" hoje - ADRIANO MACHADO
Bolsonaro alegou ter uma "extensa agenda" hoje Imagem: ADRIANO MACHADO

Do UOL, em São Paulo

22/02/2022 22h07

O presidente Jair Bolsonaro (PL) havia rejeitado o convite de presenciar a posse de Edson Fachin ao cargo de presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas foi visto minutos antes da cerimônia conversando com apoiadores nos arredores do Palácio da Alvorada, em Brasília (DF).

Mais cedo, Bolsonaro respondeu que não poderia comparecer ao evento por ter uma "extensa agenda" para cumprir hoje. Um pouco antes de começar a cerimônia do TSE, também em Brasília, Bolsonaro conversava com apoiadores sobre a possível candidatura de José Luiz Datena ao Senado e o preço da gasolina.

Além de Fachin, Alexandre de Moraes foi empossado como vice-presidente do TSE no evento.

A parada do chefe do Executivo em pontos do Palácio da Alvorada para falar com apoiadores, geralmente, faz parte de sua rotina de maneira informal. Segundo a agenda oficial do presidente, Bolsonaro não tinha compromissos no mesmo horário da posse do TSE, que estava marcada para às 19 horas.

Segundo a agenda pública, os compromissos de Bolsonaro foram até às 16 horas, quando o presidente tinha uma conversa com o advogado-geral da União, Bruno Bianco.

Ao longo do dia, outros três compromissos foram marcados. São eles: encontro com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres; com o subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência, Pedro Cesar Sousa; e a posse do novo presidente da Itaipu Binacional.

Tensão entre Bolsonaro e o TSE

Fachin e Moraes chegam ao comando do TSE em um momento de retomada dos atritos entre Bolsonaro e a Corte. As tensões se avolumaram durante o segundo semestre do ano passado, devido aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral, e voltaram a crescer nos últimos meses.

O novo presidente do TSE tem dado entrevistas alertando para o risco de ataques de hackers ao tribunal, citando a suposta conivência a estas invasões por parte de governos como o da Rússia. As declarações têm destoado do esforço feito nos últimos meses por Barroso, antecessor de Fachin, para defender a segurança do sistema eletrônico de votação.

Em sua última sessão à frente do tribunal, na semana passada, Barroso manteve o tom de enfrentamento a Bolsonaro. Em pronunciamento na ocasião, o ministro afirmou que os ataques de bolsonaristas e aliados às eleições são uma "repetição mambembe" do que ocorreu no Estados Unidos, em 2020, quando o ex-presidente Donald Trump tentou desacreditar o resultado do resultado eleitoral.