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Em uma casa de 40 m², estudante acolhe 86 crianças no contraturno escolar

Com ajuda de outro projeto, Priscila (de preto) oferece computador e Internet para as crianças - Divulgação/Escola Criança Futuro Melhor
Com ajuda de outro projeto, Priscila (de preto) oferece computador e Internet para as crianças Imagem: Divulgação/Escola Criança Futuro Melhor

Giacomo Vicenzo

Colaboração para Ecoa, de São Paulo

09/08/2022 06h00

Na comunidade Vila Nova Esperança, na Vila Jaraguá, bairro da zona norte de São Paulo, 86 crianças que estão no contraturno escolar são acolhidas todas as tardes em uma casa de pouco mais de 40 metros quadrados.

A casa é da estudante de pedagogia Priscila Caetano de Santana, de 38 anos, que desde 2019 criou o projeto 'Escola Criança Futuro Melhor', para receber crianças de toda a comunidade em que vive oferecendo cuidados e recreações variadas ao lado de seu marido José Antônio Santana, carpinteiro de obras.

"O projeto Escola Criança Futuro Melhor nasceu no fim de 2019, para acolher as crianças que muitas vezes chegavam da escola e ficavam na rua, sem ter uma alimentação adequada e participando de brincadeiras agressivas", conta Priscila.

Tudo começou quando Priscila começou a limitar o tempo de rua dos seus dois filhos, e determinou um horário para que eles voltassem para casa para estudar e fazer deveres depois da escola. Com Os amiguinhos passaram a acompanhar seus filhos e também começaram a ser ajudados em atividades escolares.

"Quando as crianças me viam, sempre me perguntavam: vai ter escolinha hoje? E pegavam a mochilinha e vinham correndo para minha casa", lembra a idealizadora do projeto.

Acesso a tecnologia e refeição

Em pouco tempo, o número de crianças na casa de Priscila mais que dobrou e ela começou a receber mais perguntas. Desta vez sobre qual seria a hora da merenda.

"Foi quando percebi que a necessidade de ajuda era maior do que somente essa espécie de escolinha que fazia em casa e pedi a ajuda do projeto Pãozinho Solidário, que já ajudava nossa comunidade desde 2020", lembra.

escolinha - Divulgação/Escola Criança Futuro Melhor - Divulgação/Escola Criança Futuro Melhor
As crianças fazem o dever da escola, têm acesso à Internet, fazem gincanas de pesquisa e recebem alimentação
Imagem: Divulgação/Escola Criança Futuro Melhor

Ao se deparar com a situação, o grupo do projeto Pãozinho Solidário passou a colaborar com refeições, material escolar e computadores que garantem acesso à internet e ajudam as crianças a realizarem o dever de casa.

"Os computadores são conectados à internet por meio de uma operadora local e todas as crianças podem usar. Além disso, a Priscila sempre coordena algumas gincanas de pesquisas entre as crianças", conta Geraldo Silva, voluntário do projeto Pãozinho Solidário e responsável por atender a comunidade Vila Nova Esperança.

O projeto também estimula a manter a frequência escolar e a carteirinha de vacinação em dia. "Todas as crianças da região podem participar, mas é obrigatório estar matriculado na escola e com a frequência comprovada, além de ter a vacinação em dia", diz Priscila.

Apesar de todas as crianças estarem matriculados no ensino regular, é comum que o apoio educacional ajude no avanço escolar. "Muitas delas revelam que aprenderam a ler de fato e a fazer tabuada na escolinha", revela Priscila.

Além da ajuda diária, o projeto também leva crianças para passeios em teatros, musicais e entrega ovos de páscoa e outras lembranças em datas comemorativas.

O projeto Escola Criança Futuro Melhor aceita doações por meio da chave Pix: (11981963550). Para mais informações e outras formas de ajudar, é possível entrar em contato com o projeto por meio de sua página no Instagram.